terça-feira, 26 de agosto de 2025

A Primeira Ekede

Foi criada a d’angola , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou.
A d’angola que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao.
Até que um dia resolveu fazer uma mucama e assim foi criado o primeiro vodunci que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza.
Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros voduns fariam foi consultado Ifá e resolveu fazer uma reunião e consultou Orunmilá que convidou todos os voduns .
Chegando a reunião Orunmilá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam voduncis e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com vodun quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles voduns quando viessem no ori dos vodunces.

Assim surgiu a primeira ekede do ventre de uma mucama!

Oye é uma posição sacerdotal nos candomblés de nação, pessoas são escolhidas para exercer determinadas funções para o bom andamento da casa religiosa. Aqueles que possuem oye são chamados ” oloye masculino ” e ” ajoye feminino”.

Essas pessoas serão adosu ou não , recebem o cargo na confirmação ou em sua iniciação de acordo com sua capacidade. Essas pessoas não adosu são os verdadeiros Ogan e Ekede que nascem com os sete anos como reza a tradição, há casas que raspam para esses cargos, porém, esses iniciados não possuem status dos antigos e devem contar seu tempo de iniciação tal qual um Iyáwò, portanto não é de bom senso raspar e sim confirmar, destarte, afirmar que não existe Ogan's e Ekede para divindades como caboclos, baianos, esus, etc.

Todos oye são para os òrìsà.

Os títulos keto correspondem, sobretudo à estrutura da casa com seus fundamentos, por exemplo: o àtà – culmiera, ise (àsè opa) – ilê Omolu e família, ibo, etc.

A palavra oloye significa Ol = aquele que possui, oye um titulo e ajoye também, as ekedjis são chamadas assim nas casas grandes ou ìyákoroba.

A palavra oloye segundo mãe Stella do Afonja pode ser traduzido como conselheiro, que está registrado em seu ultimo ensaio Meu Tempo é Agora.

As ekedi são confirmadas para casa de axé ou para o orisa que a suspendeu e se for o caso dela ser ekedi do orisa do sacerdote, ele não poderá por a mão e sim seu zelador, não pode o orisa confirmar ou raspar ninguém, o orisa não vem para o aye para isso é desnecessário explicar um assunto tão falado já .

As Ekedi podem ser: Iyalaso: Cuida das roupas, Iyale, mãe da casa, auxiliar direta da Iyalorisa e Iya Kekere, Dejó (Dere em jeje), as mais antigas, Ekedi é o Ipo (cargo), depois vem o Oye específico as condições de cada uma.....

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Malandra Maria do Morro





A Malandra Maria do Morro foi aceita rapidamente para ajudar as pessoas.  

Maria nasceu, viveu e morreu no morro. 

A Malandra Maria do Morro é uma malandra que desencarnou há bem pouco tempo, mas foi rapidamente aceita e tratada para ajudar as pessoas. 

Maria do Morro nasceu, viveu e morreu no morro. 

Nasceu de família simples e tinha muitos irmãos, porém o pai abandonou a família quando ainda era pequena. Sua mãe era lavadeira e ela a ajudava como podia arrumando a casa, cozinhando e cuidando dos irmãos.

Maria do Morro amava a favela, amava o jeito como as pessoas viviam ali, amava o samba e foi no samba que se apaixonou por um negro forte, alto, sambista, era um Malandro e levava uma vida bandida. 

Ele compôs muitos sambas em homenagem a ela e procurava sempre levá-la para as boemias, porém Maria do Morro era muito ciumenta e ele muito malandro e mesmo morando juntos a união não deu certo. 

Os dois brigavam muito e ele a deixava em casa para ir para as farras. 

Maria era muito esperta e não queria ser passada para trás e numa dessas brigas ela quebrou uma garrafa e partiu para cima do Malandrão que sacou uma arma e deu três tiros em Maria. 

Vieram pessoas de todos os lugares e a senhora lavadeira quando viu sua filha estirada no chão morta, se pôs a chorar.

O malandrão tentou pular o muro e ficou preso num beco sem saída e acabou preso. 

Maria desencarnada, sentia fortes dores na cabeça e ficou desesperada ao ver seu corpo sangrando e sua mãe debruçada chorando. 

Gritou. Gritou muito mas ninguém podia ouvi-la, foi assim que ela viu uma luz que vinha de longe e que tomava a forma de uma mulher e esta lhe disse:

Maria não temas, suas dores logo cessarão, sua mãe irá melhorar e você receberá ajuda. 

Esta mulher tirou Maria daquele lugar e a levou para um terreiro de Umbanda e a explicou sobre os trabalhos na linha da malandragem. 

Maria nunca havia sido religiosa, mas gostou do que ouvia a respeito da caridade e do amor ao próximo, atuando num trabalho como entidade na Linha das Malandras. 

Após meses e meses se preparando, Maria recebeu o nome de Maria do Morro. Ela perdoou o homem que a matou mas jurou nunca mais amar ninguém.clique aqui


 #Entidades 

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#Malandra 

domingo, 2 de junho de 2024

Caboclo Pena Branca

 


Pena Branca nasceu em aproximadamente 1425, na região central do Brasil, hoje, entre Brasília e Goiás, onde seu pai era o Cacique da tribo.
Era o filho mais velho de seus pais e desde cedo se mostrou com um diferencial entre os outros índios da mesma tribo, era de uma extraordinária inteligência. Na época não havia o costume de fazer intercâmbios e trocas de alimentos entre tribos, apenas algumas tribos faziam isto, pois havia uma cultura de subsistência, mas o Cacique Pena Branca foi um dos primeiros a incentivar a melhora de condições das tribos, e por isso assumiu a tarefa de fazer intercâmbios com outras tribos, entre elas a Jê ou Tapuia e Nuaruaque ou Caríba.
Quando fazia uma de suas peregrinações ele conheceu na região do nordeste brasileiro (hoje Bahia), uma índia Tupinambá que viria a ser a sua mulher, chamava-se “Flor da Manhã” a qual foi sempre o seu apoio.

Certo dia Pena Branca estava em cima do Monte Pascoal no sul da Bahia, e foi o primeiro a avistar a chegada dos portugueses nas suas naus, com grandes cruzes vermelhas no leme. Esteve presente na primeira missa realizada no Brasil pelos Jesuítas, na figura de Frei Henrique de Coimbra. Desde então procurou ser o porta-voz entre índios e os portugueses, sendo precavido pela desconfiança das intenções daqueles homens brancos que ofereciam objetos, como espelhos e pentes, para agradá-los.

Aprendeu rapidamente o português e a cultura cristã com os jesuítas.

Teve grande contato com os corsários franceses que conseguiram penetrar (sem o conhecimento dos portugueses) na costa brasileira – muito antes das grandes invasões de 1555 – aprendeu também a falar o francês. Os escambos, comércio de pau-brasil entre índios e portugueses, eram vistos com reservas por Pena Branca, pois ali começaram as épocas de escravidão indígena e a intenção de Pena Branca sempre foi a de progredir culturalmente com a chegada desses novos povos, aos quais ele chamava de amigos.

O Cacique Pena Branca faleceu no ano de 1529, com 104 anos de idade, deixando grande saudade a todos os índios do Brasil, sendo reconhecido na espiritualidade como servidor na assistência aos índios brasileiros, junto com outros grandes espíritos, como o Cacique Cobra Coral e Cacique Tupinambá.

Apesar de não ter conhecido o Padre José de Anchieta em vida, já que este chegou ao Brasil em meados de 1554, Pena Branca foi um dos espíritos que ajudou este abnegado jesuíta no seu desligamento desencarnatório e por isso Padre José de Anchieta trabalha atualmente em conjunto com Mestre Pena Branca.