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terça-feira, 21 de março de 2023

Esu faz o primeiro Ogã

Uma das lendas diz que o primeiro Alagbe foi Exú.
Ele tocava e cantava para os outros Orixás poderem dançar, durante as suas reuniões. 
Entretanto, o toque de Exu era bem alto e estridente, impossibilitando os outros Orixás de conversarem. 
Um dia, eles se irritaram com Exú e o mandaram parar de tocar.
Algum tempo depois começaram a sentir falta dos ritmos de Exú para dançar. 
As reuniões estavam sem graça e desanimada. 
A festa de Exú estava fazendo muita falta. 
Foram então a procura de Exú para que ele voltasse a tocar seus ritmos maravilhosos. 
Entretanto, Exú sendo muito orgulhoso recusou-se, mas, compadecido, disse que ensinaria os ritmos e toques ao primeiro homem que encontrasse pelo seu caminho.
O primeiro homem que Exú encontrou chamava-se Ogã, e como prometido Exú ensinou todos os ritmos dos demais Orixás a ele.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Itan de Esu - Como ele se tornou o rei da encruzilhada

Esu ganhou o direito de ser o primeiro a ser homenageado e oferendado nas casas de asé, ao se aproximar de Oxalá e tornar-se seu ajudante.

Esu o grande senhor que demarca principalmente os territórios utilizados por nós em seus caminhos, ganhou poder sobre a encruzilhada. 
Esu não tinha riqueza, ão tinha profissão, nem missão. Por isso, Esu vagava pelo mundo sem rumo certo
Então, um dia, ele passou a frequentar a casa de Osalá, todos os dias. 
Lá, ele se distraía vendo o bom velhinho dando vida aos seres humanos.
Muitos também vinham visitar Osalá, mas ali ficavam pouco: 4 dias, 8 dias. Traziam oferendas, elogiavam o velho Orisá, apreciavam sua obra, mas partiam sem nada aprender com Osalá. 
Esu, no entanto, ficou na casa de Osalá por 16 anos e, durante esse tempo, apenas observava. 
Esu prestava muita atenção na modelagem e aprendeu como Osalá fabricava cada parte do corpo dos homens e das mulheres, as mãos, os pés, a boca, os olhos, tudo. Esu aprendeu tudo, literalmente!

Um dia, Osalá tinha cada vez mais humanos para fazer e não queria perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam, então, ele disse a Esu para ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham a sua casa, para ficar ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda. 
Osalá nem tinha tempo para as visitas. Esu tinha aprendido tudo e agora podia ajudar Osalá.
Esu coletava os ebós para Osalá, recebia as oferendas e as entregava. Esu fazia muito bem o seu trabalho e, assim Osalá então decidiu compensá-lo: assim, Osalá decidiu que todos os que viessem a sua casa, teriam de também de pagar alguma coisa a Esu. E, assim, Esu mantinha-se sempre a postos, guardando a casa de Osalá, armado de um ogó, um poderoso porrete, afastando os indesejáveis e punindo quem tentasse burlar sua vigilância.

Esu trabalhava demais e fez dali a sua casa, na encruzilhada. Ganhou uma rentável profissão, ganhou seu lugar, sua casa. Ficou rico e poderoso. Desde então, ninguém pôde mais passar por uma encruzilhada sem pagar alguma coisa a Esu
.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Ritual de Ipade e sua importância

 Vamos começar esse artigo deixando claro que o Ipadê é diferente do Padê de Esu.


No Padê chamamos literalmente Esu para a Entrada do Terreiro e protege-la enquanto louvamos o Orisa! Padê é a comida de Esu!

Abaixo o link onde falo mais sobre despachar Esu!


Ipadê





No Ipadê saudamos os acenstrais e se faz necessario sempre que houver sacrificio de animaos de 4 patas para Esu, nas Águas de Osala, no Asesê.
Em minha casa, em todas as festas do calendário do Candomblé realizamos o Ipade. Em casos de Sire realizamos o Padê.
O Ipade deve ser realizado durante o dia, sendo necessário o ritual no período da noite somente em caso de Asesê.
Dia: geralmente realizado em torno das 14 as 16hrs, pois precisa da claridade natural do dia.
Noite: durante o Asesê!

São reverenciados no IPadê:

Esu (o grande mensageiro);

Os ancestrais femininos (iyá mi);

Os ancestrais  masculinos (eguns);

Os Esás (ancestrais importantes daquele Egbé)

E alguns Orisás (conforme a tradição de cada Asé).

O ritual de Ipadê é feito por mulheres, geralmente pela Iyamoro e Iyadagan, a segunda prepara os ingredientes sentada de frente ao Isé, enquanto o Iyamoro dança em volta da Cumeeira aguardando o preparo para levar a despachar.

Para realizar o Ipadê utilizamos uma Cuia feita de cabaça,  Acaça, o Oti, Farinha de mandioca crua, Omi,  Dendê.

Cuia represeta a cabeça de todos;

Acaça representa o corpo da comunidade

Oti é a pinga

Omi é a água capaz de acalmar e fertilizar

A farinha representa a fecundidade

Esse ritual é repetido quantas vezes forem necessarias até todas as oferendas forem preparadas e despachadas, ao som do atabaque e das cantigas que são repetidas cerca de três vezes reverênciando, Esu, Egun, Esás, Orisas, Iya mi.

Todos Ipadê devem ter as cabeças cobertas. Os mais velhos, ficam sentados, e os mais novos, ajoelhados em esteiras.

Ninguém fica parado durante o Ipadê. Todos devem balançar levemente o corpo, demonstrando que enfrentam vivos aqueles rituais.

O Ipadê tras um esinamento basico da Matriz Africana que é o respeito aos mais velhos.

Pedimos então sua proteção, sua licença para trabalhar.

Tudo que se faz no Candomblé envolve o respeito ao mais velho, por isso a ordem hierárquica, e respeita-la, aprender a obedecer para depois saber mandar.

"Respeitar os mais velhos é aprender com a sabedoria e com a experiência dos que viveram mais do que nós. É também a garantia de que no futuro seremos nós próprios respeitados e prestigiados com carinho e solidariedade".

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Saúdo Meu Guardião Esu dos Ventos

 


 

Saúdo Esu. 

Laroye Esu dos ventos!!! 

Ele transitou comigo por todas as encruzilhadas pelas quais passei.

Ao meu lado, foi amigo e conselheiro.

À minha frente, escudo.

Às minhas costas, guarda.

Ouviu o que meus ouvidos não conseguiram ouvir...

Respondeu o que minha boca não poderia responder.

Com força hercúlea, quando eu mereci, livrou-me dos olhos que abrigam os pássaros da noite;

Livrou-me do veneno das línguas, do julgamento de quem carrega tantos erros quanto eu.

Acordou-me de pesadelos...

Guiou-me pelo caminho do trabalho e da conquista.

(Não me pediu marafo, não me pediu vela, não exigiu fumo, para também ser amigo de meus amigos.)

Transformou o erro em acerto.

O acerto em erro

Abateu com uma pedra o desatino de um destino que não me pertencia.

Foi minha companhia nos momentos de solidão (eu nunca chorei sozinha!).

Rápido e certeiro,

Chamou por Osossi quando me faltou o alimento;

Mostrou a Sangô quando fui injustamente julgada;

Chamou por Oyá quando me viu beirando o abismo;

Avisou a Osun que meu coração transformava-se em pedra;

Pediu a Yemanjá que lavasse minha alma

E equilibrasse meu Ori.

E a Ogun o auxílio para todas as guerras enfrentadas.

Rogou a Ossãe ervas que me curassem...

(Pegou-me pela mão e me conduziu até Orumilá e a palavra de Orumilá nunca vai ao chão!)

Quando batem na minha cara, quem dá a outra face é Esu!

Saúdo a Energia Ígnea que transita em todos os espaços!

Água na rua para esfriar os caminhos a serem percorridos.

Passos firmes... Cabeça erguida,

Sigo. Segui. Seguirei!


Quando tropeço, uma gargalhada ecoa no ar:

É Esu que vem chegando, fazendo questão de mostrar que o mundo dá muitas voltas para Tempo governar.


Laroyê! Mojubá, Esu!

Ajibala Ajibala Ajibala

Adacoro Adacoro Adacoro

Odara Odara Odara. . . . 


#esu #exu #candomble #esudosventos #ileaseiyalokun #fé #laroye

#guardiao #mojuba #protetor

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Ofo Èsù

 

Èsú Òdàrà
Onílé kóngun0kóngun òde òrun
Ó ba obìnrin je
Ó ba okùnrin mu
Oníbodè òrun
Bàbá ó
Wá gbèèmi ó. (no caso, Wá gbè…nome do àbíon)
Ògá ki ó rí jé nínú ìdàrú
Èsú lógémón òrun
Májé kí mo (lágbájá…) nrí ìjà rè
Èsú máse mi
Másé (lágbájá…)
Àgò l’ònòn fún wa
S’ònòn (lágbájá…) ní rere
Àse .
 

Exú Òdara
Dono da casa cujas fronteiras estão acima do teto do céu (infinito)
Você que come com a mulher
Você que bebe com o homem
Porteiro do céu
Pai
Venha socorrer-me (no caso: venha socorrer….nome do ìyáwò)
O chefe que é visto sempre e está dentro da confusão.
Exú, Senhor poderoso e inflexível no òrun (céu)
Não permita que eu (ou fulano)… veja a sua briga
Exú não me faça mal
Não faça mal a (fulano)
Dê-nos licença nos caminhos
Faça com que os caminhos de (fulano…) sejam bons, etc
Assim seja.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Esu 7 Encruzilhadas





Esu das Sete Encruzilhadas é um esu que trabalha diretamente ligado ao Esu Rei, as linhas de comando e evolução dos Esus.
Todo Esu possui a sua missão própria, que é atuar numa falange com um determinado trabalho voltado à humanidade, e outra missão que desempenha para com os médiuns.
Ou seja o espírito evolui em vários médiuns através de sua missão para com ele, é a lição que o médium precisa aprender com aquela entidade e o que o Esu precisa desenvolver naquele médium, pode ser caminho de trabalho, caminho financeiro, caminho amoroso…
E esta revelação é dada aos poucos em anos, e só um conhecimento, análise de cada fase de sua vida e da presença daquele espírito e seus conselhos poderá ajudar a entender a ligação do médium e do espírito (seja ele caboclo, preto velho, esu, cigana).
Assim a forma impessoal de trabalho dos espíritos da falange do Esu das Sete Encruzilhadas é voltada à organização das falanges de povo de rua, estruturação e acompanhamento da missão dos chefes de falange.
É um guerreiro, soldado e mentor ao mesmo tempo. Por isto a sua ligação com os Orisás Ogun e Obatalá (Oxalá) e Sangô.

Esu das Sete Encruzilhadas foi gaúcho, lutou na Guerra dos Farrapos, comandou sua tropa. Apenas deu detalhes da Revolução Farroupilha e provou que esteve por lá.
Sua forma de trabalhar como Esu era bastante peculiar: ele incorporava fazendo graça de sua aparência de desencarnado - degolado! E depois ficava sério e saía caminhando pela casa.
Nunca o vi alterado, sempre sério ou brincando, mas sempre trabalhando na Lei. 
Quando alguém pergunta se ele pode ajudar, ele já vai logo falando que se for coisa errada ela não faz não, pois quer evoluir.
Para seus consulentes sempre pede clareza, para que não exista reclamação depois, devido a cumprir exatamente o que foi combinado, então organizem seus pensamentos e pedidos ao máximo quando falaram com Sr. Das Sete Encruzilhadas. Suas cores são o preto e o vermelho, gostam de fios de conta, seu simbolo é o número 7, de 7 tridentes ligados pelo cabo, representado as 7 encruzilhas, os 7 caminhos. Suas companheiras variam podendo ser: Maria Padilha das Encruzilhadas ou Pombo gira das Encruzilhadas.





Magia para o Exu Das Sete Encruzilhadas para realizar desejos

Com uma pemba branca riscar sete cruzes na terra ou numa encruzilhada

Acender uma vela branca no meio de cada cruz

No meio das sete cruzes colocar um copo de gim ou cachaça, um imã e uma gota de azougue e um papel com seus pedidos escritos à lápis

Acender um charuto e assoprar a fumaça no copo e nas velas fazendo os pedidos

Visualizar as velas como se fossem luzes em cada encruzilhada e em cada caminho que precisar, atraindo força para seus desejos e movimentando a energia pelos 7 cantos para a sua felicidade, veja o seu pedido sendo realizado e agradeça a toda a falange do Exu das 





Pontos do Exu das Sete Encruzilhas

Odara é morador da encruzilhada
firma seu ponto com sete facas cruzadas!

Filho de Umbanda pede com fé
pra seu Sete Encruzilhadas que ele dá o que você quer!

Ô Sete, ô sete!
Ô Sete encruzilhadas
Firma ponto e presta conta
no romper da madrugada!

Salve o Exu das Sete Encruzilhadas!






Oração para seu 7 Encruzilhadas

Ajoelhado aos teus pés, estou rogando que me escute no sopro dos sete ventos, meu grande Exu Sete Encruzilhadas.

  Com a força do teu garfo que carregas nas costas e da cruz do teu peito, eu humildemente peço que tenhas vidência das dores que trago no peito aflito.

  Sete Encruzilhadas Exu dos sete caminhos, senhor rei das Sete Encruzilhadas de fé, sepulte nas sete catacumbas os nossos problemas e tristezas.

  És um lindo homem, um cavalheiro, andas descalço com tua linda capa de veludo, a gargalhar pela noite, venceste sete guerras, vença pelo menos uma para mim, se eu merecer pois estou em desespero.

  Sete Encruzilhadas, conheces as dores e angústias do mundo onde tu vivestes, amaste, sofreste e foste humilhado, mas hoje carrega a Coroa dos infelizes e essa coroa quem te deu foi a misericórdia de Pai Oxalá, nos pés de Pai Olorun.

  Sete Encruzilhadas, coloque debaixo de teu pé esquerdo o nome dos meus inimigos, livrando-me das invejas, calúnias e dos olhos grandes. Põe no meu coração o perdão e a justiça, para me reconhecer e me corrigir das minhas faltas.

 Lindo homem de cabelos negros e olhos de cristal, perfuma a minha vida com o perfume das sete rosas vermelhas.

 Atenda meu pedido, te imploro Sete Encruzilhadas, pois sei que os teus protegidos, tu jamais desampara.

Rei dos sete mistérios, carregas as sete chaves do destino, abra os meus caminhos e me faça feliz, pois contarei sempre com a sua proteção, agora e em todas as horas de aflição.


Saravá Sete Encruzilhadas! Laroyê Esu!


Ilê Asé Iyalokun
@JuhTorres @simone
#ileaseiyalokun #esu #7encruzilhadas #Asé
#lacosdealma #laroye #Esudefe
—  sentindo-se abençoada com Ilê Asé Iyalokun em Ilê Asê Nagô Aia Iyalokun Omo Omi Sapponna.





segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Esu / Exu

Um trecho do livro "O guardião da Meia Noite", de Rubens Saraceni, Editora Madras onde fala um pouco sobre o comportamento dos Exús:




“Não derrubo quem não merece, nem elevo   quem não fizer por merecer.
   Não traio a ninguém, mas também não deixo de castigar um traidor. Leve o   tempo que for necessário, eu o castigo.
   Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado. Não dou a um devedor, mas   não tiro de um credor.
   Não salvo a quem quer se perder, mas não ponho a perder quem quer se salvar.
   Não ajudo a morrer quem quiser viver, mas não deixo vivo quem quer se matar.
   Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder.
   Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se   afastou.
   Não ajudo alguém que não queira ser ajudado, mas não nego ajuda a quem   merecer.
   Não peço o impossível, mas dou apenas o possível. Nem tudo que me pedem eu   dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram.Não faço chorar o inocente, mas   não deixo sorrir o culpado. Não infrinjo à Lei, e pela Lei não sou   incomodado".

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Esu Tranca Ruas

Tranca Rua é um Esú de linha de frente, abre ou fecha os caminhos dependendo da necessidade.
Existem muitas histórias sobre Tranca Rua, não existe apenas uma entidade com este nome, na verdade é uma falange que trabalha nas trevas em nome da luz e cada uma tem sua história em particular.
Ele é um dos principais guardiões do Candomblé e devemos ter muito respeito ao mesmo. Ele é o caminho dentro da Religião, assim como todos os Esús e Pombo Giras, para que seja retirado todo o mal e maledicências de quem é merecedor.

Nome Popular: Tranca Ruas.
Nome Cabalístico: Tarchitmache

É assistente direto de Beelzebuth (Mór), no Reino do Poder. Da mesma forma que Esú Sete Encruzilhadas (Aschtaroth).
Seu Tranca Rua tem o domínio das estradas e caminhos, onde executa as ordens dos maiores. Sendo uma Entidade que dirige um grande número de trabalhadores, tem a sua posição na escala hierárquica do seu povo, em quase idêntica igualdade de condições do seu “compadre” Esú Marabô.
Tranca Rua foi o primeiro enviado, pelo seu maioral, para fazer contato para a formação de segurança e abertura de trabalhos de magia, condição esta, do máximo respeito que deve-se a esta entidade.



Esu Tranca Ruas, em sua vida carnal, seu nome foi Geraldo Branco Compostella.
Na verdade, ele foi uma espécie de curandeiro, sua especialidade era a extração de dentes, trabalhava com ervas virgens e em especial com cascas de uma arvore que tinha próximo ao seu castelo.
Era um homem muito rico, nascido em berço de ouro, Geraldo quando jovem tinha vontade de se tornar um padre em um mosteiro em sua cidade (Galícia ,na Espanha),  seu sonho foi interrompido durante uma missa cujo qual ficou em seu pensamento um distinta senhora que havia ido se confessar.
Ele passou então a frequentar a todas as missas, tentando desesperadamente encontrar essa mulher, depois de um mês quando estava na ante sala da igreja, ele ouviu uma voz suave chamando pelo padre, e para sua surpresa era a tal mulher dos seus pensamentos.
Sem pensar em nada fingiu ser o padre, a mulher então beijou lhe a mão e pediu para que ele lhe perdoasse seus pecados. Ela relatou que a bruxaria fazia parte de sua vida e nada poderia fazer para afasta-la de seus caminhos e que estava saindo daquela cidade por que temia que a inquisição a julgasse.
Nesse mesmo momento Geraldo se calou e disse a mulher:
“Desde que te vi pelas missas não consigo pensar em outra coisa a não ser você, não sei se estou enfeitiçado, mas o que sinto é mais que o suficiente, se você vai sair desta cidade que seja comigo.”
Geraldo voltou ao seu castelo, se desfez dos seus bens e deixou a cidade, junto com sua amada. Com o passar do tempo, ele começou a se envolver com os segredos e mistérios da feitiçaria, praticada por sua mulher. Ele aprendeu a trabalhar para o bem e mesmo sem praticar, conheceu os segredos do mal.
Certo dia, sua esposa adoeceu e nenhum feitiço ou magia deram conta de cura-la. Mesmo se tornando um mestre na arte das magias, Geraldo se viu obrigado a trabalhar com forças ocultas para salvar sua amada. Ela tinha sido enfeitiçada por outras bruxas, que usaram todo o poder do lado negro.
Sem nunca trabalhar, mas conhecendo alguns mistérios do lado sombrio, ele conseguiu invocar uma presença tão forte, que não tinha mais como voltar atrás. Em troca da saúde de sua esposa, Geraldo entregaria a sua alma para as trevas. O trato foi feito, e na manhã seguinte, sua esposa estava curada, esbanjando saúde.
Certa noite, Geraldo desperta com gritos e gemidos agonizantes, novamente, sua amada estava doente. Feitiços, encantamentos e magias foram feitos, sem resultado algum… Sendo a sua única alternativa, novamente ele invocou as trevas, pedindo ajuda.
Desta vez, nem as trevas poderiam ajudar, pois chegara a hora do juízo final. Geraldo estava perdendo sua esposa.
As trevas disseram:
“Desta vez, chegou a hora, nem mesmo eu, consigo prolongar a passagem dessa alma no seu mundo. O máximo que posso fazer, é prolongar por mais 3 dias, sem dor e sem sofrimento… mas no final do terceiro dia, o seu fim chegará, e será como o fim das outras irmãs (referindo-se a bruxas)…”
Preparado para o que estava por vir, o casal viveu os últimos 3 dias como se fossem os 3 primeiros, com amor, fartura e muita cumplicidade… Na noite do terceiro dia, uma vela iniciou o fogo no humilde casebre…
Geraldo acordou em meio a chamas, e viu sua mulher indo em direção á rua… Sem pensar, ele correu para junto de sua amada, dos dois desmaiaram a beira do incêndio.
Na manhã seguinte, Geraldo acorda sozinho, assustado, entra no que sobrou do casebre e encontra o corpo de sua amada… queimada, deitada na cama onde dormiam.
Seu desespero foi tanto, que mais uma vez ele invocou as trevas, dessa vez, pedindo para ser levado, para ficar junto de sua amada.
As trevas disseram:
“Mesmo que o senhor parta agora, não poderá ficar junto a sua amada, pois o espírito dela está em revolta e ainda teria que pagar por todos os pecados cometidos… até o espírito se encontrar, ela ficará vagando.
Mas, eu vejo que, o que sentes é amor verdadeiro, e como sua alma me pertence, a partir de agora, você será chamado de Tarchimache, e passará a ser o guardião dos caminhos do obscuro.
Cuidará das almas revoltadas, mostrando o caminho da luz, para que elas possam reencarnar novamente. Ficará a sua alçada, destrancar ou trancar os caminhos do submundo, e conforme a sua evolução, ficará responsável por cuidar os caminhos dos humanos e fazer a ligação e entrega dos seus pedidos a quaisquer falanges.
Sendo assim, o senhor poderá ir comigo e iniciar a sua missão, resgatando sua amada.”
O trato foi realizado, e Tarchimache iniciou a sua missão… sua evolução foi tanta, que em pouco tempo ele já estava presente em todas as falanges existentes… Popularmente conhecido como Tranca Rua, ele teve autorização para desenvolver suas próprias falanges, para ajudar ás demais falanges do mundo espiritual.



As falanges de Exú Tranca Rua:
1ª Falange comandada por Exú Tranca Rua das Almas;
2ª Falange comandada por Exú Tranca Rua de Embaré;
3ª Falange comandada por Exú Tranca Rua das Ruas;
4ª Falange comandada por Exú Tranca Rua das 7 Encruzilhadas;
5ª Falange comandada por Exú Tranca Rua das Porteiras;
6ª Falange comandada por Exú Tranca Rua das 7 Luas;
7ª Falange comandada por Exú Tranca Rua das 7 Giras

Esu Tiriri

O Mistério do Esu Tiriri atua nas sete irradiações divinas, da mesma forma que os 
Mistérios “Sete” 
(Sete Catacumbas, Sete Caveiras, Sete Encruzilhadas, Sete Aços, Sete Trevas, Sete Fogareiro etc.) e, portanto, atua vitalizando a ordem e a retidão nos sete sentidos da vida, abrindo os caminhos daqueles que são merecedores dessa dádiva, podendo realizar Curas de todos os males vindo a combater todas as formas de vingança. Seu poder é sobre a solidão, esperança, planejamento, meditação e saúde.
Tiriri atua nas vibrações dos verbos-função “quebrador”, “devolvedor” e “retornador”, assim como, é  grande especialista em demandas e quebra de magias negras.
Tiriri é considerado o “Senhor da vidência” ou aquele que vê mais além.

(Fleruty) - de grande força para despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rio; Também se apresenta com grandes traços orientais, anda de preto, com um gato preto ou um gato sianês, possui cabelos lisos como de japonês preso como rabo de cavalo, e ele também possui uma capa preta e vermelha, possui também uma bengala ou um bastão na sua mão. Ele vem na Linha de Oxalá.
Seu Tiriri é um exu rebelde, de acordo com "lendas" ele se apaixonou pela filha de um rei, e o mesmo sabendo disto, o aprisionou numa torre!
Mesmo sendo rebelde, ele também é um exu bastante sedutor, chama atenção de homens, crianças e hipnotiza as mulheres!
Caminhos
Seu Tiriri das Encruzilhadas
Seu Tiriri das Matas
Seu Tiriri Menino
Seu Tiriri da Kalunga
Seu Tiriri das Almas
Seu Tiriri da Figueira
Seu Tiriri do Cruzeiro
Seu Tiriri da Meia Noite
Alguns Tiriris ao final do nome dão outro nome em africano, para especificar o tipo de Tiriri que comanda no Astral: Tiriri - Bará; Tiriri - Apavená; Tiriri - Apanadá; Tiriri - Lonãn, todos abaixo do comando de Exu - Tiriri.



Tiriri é considerado o "Senhor da vidência" ou aquele que vê mais além, por isto é um dos mais evocados em casos relacionados com adivinhação através de búzios, principalmente no Candomblé.
Bebida: gosta de um bom whisky ou de bebidas fortes de boa qualidade
Fuma: Charutos
Seu poder é: sobre a solidão, esperança, planejamento, meditação e saúde.

Uma de Suas "Lendas":

Segundo ele mesmo conta, viveu no século XVI, na Irlanda, como mero camponês, era moço formoso e Humilde, cometeu o grave pecado de se apaixonar por uma bela Jovem, filha do senhor feudal do condado, seu amor impossível, foi causa de sal desgraça, levando-o a masmorra por vários anos, onde convivia com a fome, tortura e todo o tipo de degradação humana.

Sua convivência com a Dor, a Peste, a Cólera, a Lepra, a Tuberculose e outros males o fez ao mesmo tempo Caridoso e Revoltado, por tanta Dor e Sofrimento.
Hoje Exu que vem na Linha da Magia Branca, trabalhar para as Curas de todos os Males e combater todas as Formas de Vingança.

Entrega Para TIRIRI das 7 Encruzilhadas - farinha com dendê, Sete bolinhas de carne picadas fritas em dendê condimentadas com um pouco de pimenta e cebola picada bem fina, 7 charutos, 7 velas vermelha e preta, uma garrafa de aguardente de cana. Colocar o alimento sobre grandes folhas de mamona (tártaro), dividir em sete partes e deixar uma parte em cada encruzilhada (cerca de uma esquina). A bebida vai se derramando um pouco em cada Encruza, e na final se termina de derramar (sempre em volta do alimento). A garrafa vazia não se deve deixar na encruzilhada, pois é lixo, se entregamos lixo vamos receber o mesmo da parte do Esú.



Pontos Cantados do Exu Tiriri :
"Exu Tiriri de Umbanda

Dono da encruzilhada

Risca o ponto, presta conta

Ao romper da madrugada

O mal que aqui entrou

Ele entrou e vai sair

Pegou ele pelo rabo

E entregou pro Tiriri"

Pedra rolou, katatumba gemeu;
Pedra rolou, katatumba gemeu
E quem vem lá é exu Tiriri Lonã (2x)
E quem vem lá é exu Tiriri Lonã (2x)

Ele vê lá da encruzilhada
Traz consigo seu mistério e uma espada
Foi Pai Ogum que mandou (2x)
Foi Pai Ogum que mandou (2x)

SEU TERNO BRANCO
SUA BENGALA
SEU TERNO BRANCO
SUA BENGALA
NA ENCRUZILHADA
EXI TIRIRI
DÁ GARGALHADAS (BIS)

Já bateu a meia-noite
Vamos ver quem vem aí (bis)
Pra firmar nossa corrente
Vem chegando o Tiriri (bis)

“Você não mora onde moro
Você não vê o que eu vi
Lá no meio do cruzeiro
Ele é o exu Tiriri”

Já deu meia noite lá na encruzilhada
Solte o galo preto exu da madrugada (2x)
Lá na encruza eu vi o exu Rei
Eu vi seu Tiriri e com Ele eu falei (2x)


Esu do Tempo

Quase não se encontra nada desse Esu em pesquisas da internet, esse Esu esta ligado a tudo que é do vento, do ar, das falanges do tempo, dos ventos, pois corre os 4 cantos do mundo em uma unica partícula, sendo impossível a manifestação do mesmo em vários médiuns ao mesmo tempo.
Adora gargalhadas e tira sarro de tudo e de todos, tendo também o seu lado bem serio, observador!
Quando vem a trabalho as gargalhadas são somente para suas mandingas.
Gosta de Marrafo (Pinga) e charuto, embora também bebe cerveja e Whisky. Costuma trabalhar sem camisa, não usa capa e não tem apetrechos. É um Esu cortez, adora cumprimentar a todos e colocar os consulentes contra a parede exigindo sempre a verdade.
Ele trafega tanto pelo mundo material (ayé) onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam os orixás, entidades afins e almas dos mortos.





Habitar as encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas, entradas e saídas, ele está em todos os cantos.
Ele esta dentre os Esus mais evoluidos porem ainda não conseguiu alcançar a luz como Esu Mangueira e o Exu do Tiriri, que apesar de já terem atingido um certo grau de evolução, optaram por continuar sua jornada espiritual trabalhando como Esus, por serem os últimos de uma hierarquia importantíssima, que realizaram com sabedoria sua missão, e agora colaboraram com todos que um dia os ajudaram na evolução do seus superiores diretos.
Em suas consultas devemos estar preparados para escutar muitas vezes o que não desejamos. Eles atuam em todos os campos em todos os lugares abertos, auxiliam todos sempre que necessário, em muitas oportunidades são responsáveis pelas mensagens entre as varias faixas existente como Esu dos Ventos, Esu Ventania, Esu Giraa Mundo, Esu Corre Gira, Maria da gira, Ciganinha da Roda,
Atua em todos os campos vitalizando em todos os lugares, auxiliam todos os outros em todas as atividades, poucas vezes vemos eles à frente dos trabalhos, mas em muitas oportunidades são responsáveis por tudo...
São exigentes quanto ao preparo do filho de fé (moral, físico, espiritual e ritual)
São exigentes quanto à limpeza e ordem, tanto dos seus objetos quanto do ambiente, em palavra e honra.
Muitas vezes, ele funciona como um espelho, refletindo em seu comportamento os defeitos e qualidades de seu médium. Não estamos falando aqui de mistificação nem animismo e sim de um comportamento em que pela convivência um exterioriza qualidades e defeitos do outro.
Costuma ser algo intrigante e fascinante ao mesmo tempo, força, que assusta um pouco os que não o conhecem.




quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Esu Ventania

Exu Ventania, tem como local de vibração as encruzilhadas, mas por ser ligado a Osalá também aceita oferendas em campos. Os Esus de encruzilhada não são tão brincalhões como os de estradas, mas também não são tão taciturnos como os ligados as Almas. Tem um temperamento ameno, e suas consultas ele assume uma postura mais seria e objetiva, sem rodeios.

Esu Ventania é muito querido nos terreiros, cumprimenta sempre a todos em sua chegada, tem um andar suave e gosta muito de gargalhadas!
Lembrando que o nome "Exu Ventania" é uma falange e nela existem muitos espíritos sob essa alcunha, então é natural que mais de uma pessoa tenha essa entidade, porém no assentamento saberá o nome individual do Exu com quem trabalha . Recebe esse nome por atuar com os ventos e com Esu dos Ventos, que trazem a boa sorte, bons negócios, oportunidade, boas novas, assim como azar, perda de dinheiro, más noticias. Trabalha muito com esse lado de dinheiro, negócios e noticias, por isso a relação como vento e tempestades, as quais nos trazem isso.
Pela ligação com as "encruzas" gosta de cerveja (sempre a temperatura ambiente, nunca oferecer gelada), whisky e Rum, não oferecer pinga, isso é bebida de Egum (Espirito desencarnado de baixa vibração para ele).  



Fuma charutos assim como os demais, utiliza preto e branco para vestimenta e tecidos para oferenda, evitando o vermelho pela ligação com Osalá (quizila do Orixá). Durante a incorporação esta sempre ligando se ao solo, sempre objetivo no assunto, oferecendo a orientação de forma agilizada. Na forma espiritual, mostra-se como um homem de aparência translucida, peito nu, saiote negro e branco. Suas oferendas são de galos ou frangos brancos, e prefere azeite de oliva ao dendê.
Na Umbanda tem forte ligação com o caboclo Urirajará, a quem também tem ligação com os ventos. 
Guardião Ventania ou Exu Ventania, entidade de uma falange antiga onde a sabedoria é uma das suas características mais marcantes.
Exu que rodeia o mundo, conhecedor das artes, dos segredos dos homens, das magias, amores e táticas de Guerra. Já viu incontáveis reinos, cidades sendo criadas e cidades sendo derrubadas.
Esu que hoje em dia escolhe muito bem seus filhos, prefere não ser comum, sempre cobrando de seus protegidos um código de conduta , testa o caráter de seus filhos e os cobra com severidade. Em sua aparente simplicidade se diverte com as consultas, mas não gosta de permanecer em um único local, afinal ele é um dos ventos.
Esu que trabalha em todo o canto do planeta, seu local de firmeza é toda Terra, caminha junto com Esu Gira Mundo, Esu dos Ventos e Esu do Tempo!
Esu rápido em ajudar, rápido em dar uma resposta, afinal quem pode conter o vento?
As vezes representado como um homem alto e elegante, outras como um homem em um ciclone!

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Esu dos Ventos

É o primeiro comandado de Exu Calunga e possui enorme força de atuar sobre os ventos e as tempestades de qualquer natureza, tais como: chuva, granizo, maremotos, terremotos, etc.
Sua apresentação é na forma de um espírito negro, e sua conformação corpórea é perfeita, isto é, envolta em nuvem de fumaça negra e seus pés não aparecem apresentando uma forma de funil semelhante a um ciclone. 
Esu dos VENTOS trabalha com animais peçonhentos principalmente sapos e cobras venenosas.
O próprio título “Esu dos Ventos” (ou se quiser “das tempestades”) é
alheio à liturgia religiosa afro-baiana, já que Orungan é que é o
senhor dos ventos. Trata-se de uma montagem de largas proporções e, curiosa e paradoxalmente, utilizei recortes (sucata) de um relevo monumental de uma cruz cristã, executada para a lateral do importante edifício da Casa do Comércio da Bahia.

Esu dos Ventos é um Grandioso Espírito, iluminado, guerreiro, amigo, irmão.
Eu bem o conheço, é brincalhão, mais na hora da verdade é sério! Não deixa a conversa pela metade, é franco, verdadeiro, é amigo de fé, irmão camarada!
É meu Compadre de todas as horas; Trabalha com a Maravilhosa Maria Padilha; são amigos confidentes! Trabalha para o bem, mais no entanto se você merece receber seu galardão, faz de tudo para que você receba de imediato!!! Esse é Esu dos Ventos, amigo dos amigos!…

Ele é a força viva de Oya, tempestuoso, firme em suas atitudes
 Justiceiro como Sangô
Guardião dos caminhos como Ogum e protetor contra demandas
Calmo, esperto e tranquilo como Osalá.
Esses 4 Osixás são os que regem meu envoltório, então ele serve os 4 Orisás informando que para ele os 4 Orisás formam os 4 Pontos Cardeais, tal como o Vento corre, Norte-Sul-Leste-Oeste.
Trabalhador da Encruzilhada é feliz trazendo a paz, o asé e a alegria diante a sua face.

Venta toda noite,
Venta todo dia,
Eu Esu dos ventos,
Lá das 7 ventanias.

Que vento é esse que vem vindo lá,
É Esu dos Ventos que vem vindo trabalhar.


Menino demandador,
Macumbeiro de valor,
Ele é o bamba que amarra a quimbanda no terreiro.
No jogo das três moedas: força, justiça e alento
É resposta, é rumo certo,
É firmeza, é Esu do Ventos.



Fuma charutos, suas vestimentas são Preto e Branco, não usa o Vermelho porque seria quizila com Osalá a quem também serve.Quando incorpora é direto e objetivo em suas consultas, sem fazer rodeios, brinca quando pode brincar e fala sério quando é para falar.
Nenhum Esu dessa falange toma Pinga!



terça-feira, 27 de agosto de 2019

Esu 7 Facadas

Muitos dizem que é um Esu de Quimbanda, eu costumo dizer que eh um Esu de Esquerda, das 7 Linhas , trabalha na linha da Encruzilhada e na linha dos Malandros, um Esú de força .
A suas Bebidas preferidas é Marafo com Mel (Pinga com Mel), gosta de conhaque e o whisk.
Fuma Charutos e Cigarros ,depende da forma de trabalho usa velas pretas e vermelhas ,pretas e brancas.
Ele trabalha em casos financeiros e que envolve prisões de detentos, é  muito procurado por pessoas com problemas de justiça,dividas,acertos de contas....,tem uma forte influencia com EGUNS de pessoas assassinadas, suicidas, assassinos ,ladrões.
Carrega sete facas para cortar o mal de seus inimigos e corta-los em pedaços.
Faca é instrumento metálico, forjado para operar cortes.
Ogum domina a manipulação dos metais.(Mitologia Africana)
Sete é o número de Tronos de Deus.(Teologia de Candomblé)
Esu que trabalha nas 7 Forças de Deus e que têm a Lei de Ogum como norte de suas ações pode ser chamado de Esu 7 Facas.
Agora, Facada é uma Ação do instrumento "faca", por estar com ato é uma irradiação ativa na Lei, no Trono da Lei, Ogum é Universal, mas Passivo, mantém e Egunitá (Kali-Yê) é Ativa, ou seja modifica. Nesta compreensão são duas Egrégoras de Esus diferenciados sutilmente, mas que pertencem e canalizam o mesmo mistério na Lei de Deus.






Esu = vitalizador, desvitalizador

Sete = Sete tronos ou mistério de Deus: Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração.

Facadas = Faca, objeto que corta, é um objeto feito de metal

Esu Sete facada vai vitalizar ou desvitalizar os sete sentido ( seria os mistérios) dentro da Lei Maior no médium em que ele trabalha e nas pessoas que ele vier atender.

Um de suas histórias :

Foi um Barão de Café, viveu e morreu em Minas Gerais por volta do século XVI e XVII, o mesmo diz que viveu anos acompanhado de sua esposa e seu filho varão. Onde diz que era um homem que ponderava as atitudes humanas e que era muito conservador, um ótimo Pai onde fazia todas as regalias de seu filho e esposa.
Informa que aos seus (mais ou menos) 70 anos, descobriu que era traído por sua esposa com um dos seus capangas. Passando assim a observar para ter certeza do que o mesmo desconfiava. Um dia de chuva e tempo nublado o mesmo saiu como de costume para ver o seu cafezal, quando que para sua surpresa, surpreendeu sua esposa com o capanga. Entraram em uma briga, onde o mesmo, levou varias facadas pelo seu corpo. Senhor Sete Facadas conta que em sua juventude era um homem alto, de pele morena, altivo, por ter boas influencias em seu Estado, era um homem muito respeitado, onde o mesmo sabia ouvir e falar na hora certa. Destemido por alguns e amado por outros.
Sr Sete Facadas não é de enrolação durante suas consultas o mesmo diz que se você veio até uma consulta é porque esta necessitado ou se não for assim não venha com brincadeiras durante suas consultas pois o mesmo é verdadeiro e gosta que o povo seja verdadeiro com ele também.


Laroye 7 Facadas
Odara Odara Odara!!!

Esu Toquinho - História

Foi um Feiticeiro Bruxo que carregava seus conhecimentos da Magia e Bruxaria em suas 7 cabaças. 
Recebeu do Rei da Tribo o nome de Feiticeiro Sr. da Tribo e passou a ser chamado por todos de Marabô Toquinho por ser ágil, consciente, astucioso, alto e extremamente forte. 



Ele é um homem, com postura fina, elegante e um bom apreciador de conhecimentos, boas bebidas como Vinhos, Whisks, Marafos e outros. Utiliza uma Capa de Veludo preto como de um conde. Conseguiu transpassar a barreira do tempo de sua própria existência através da prática da Magia e hoje incorpora em um médium para dar consultas e resolver problemas espirituais utilizando o seu conhecimento milenar, sua magia e seu poder de Esú através de seu ponto Cabalístico e sua Bruxaria. 

Esú Marabô Toquinho esta na hierarquia cabalística 3°(Terceiro) comandado de Esú Asgataroth. É reconhecido como o Senhor da 7 Cabaças e do Dendê. É determinado a esse Esu, a fiscalização do plano físico, distribuindo ordens aos seus comandados. Apresenta-se como um autêntico cavalheiro, apreciando bebidas finas e os melhores charutos. Este Guardião trabalha em casa de santo de Candomblé.








1- Exu matou seu galo
Dividiu em pedacinhos
Depois de repartir
Só ficou com um bocadinho
Ele é exu, mas é muito bom
Seu Toquinho gosta dos seus irmãos.

2- Seu Toquinho é bom
Muito bom de coração
Ele salvou seu pai e mãe
Para ganhar a salvação.

Esu Tronqueira

Esu Tronqueira é o guardião do Ilê, passa por uma triagem às pessoas que entram no Ilê.
Por esse motivo, sua casa, seu assentamento, é colocado junto a entrada do Terreno do Ilê ou junto a porta de entrada pois é a primeira a ser saudada. Nunca podemos em hipótese alguma esquecer desse Esu,  pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer principalmente a ele.
Alguns espiritos desorientados não conseguem se aproximar do terreiro, pois Tronqueira é o responsável por liberar a passagem apenas dos espiritos que já estão prontos para serem socorridos. Sendo assim estão prontos para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada.
Os Esus riem, fazem brincam, falam besteiras, mas não brincam em serviço.
Os mediuns devem ter por eles o maior respeito e consideração, pois são eles os nossos guardiões e da Gira, responsabilizando se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas.
As pessoas que entram no terreiro, traem consigo seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões e são os Esus os trabalhadores encarregados de juntarem tudo isso e descarregar. Cada vitória nossa é para eses Esus trabalhadores um passo no caminho do desenvolvimento.




É um Esu serio, calado, só fala quando precisa, ele dança gingando e gosta de charuto, de conhaque e cachaça com jurubeba, gosta de ficar perto da porta do centro porque ele toma conta da porta durante a gira ou festa, ele é um Esu catiço.
Trabalha resolvendo problemas financeiros, problemas psíquicos, suprimindo duvidas, é sábio, isso se deve a ele ter ligação com Iroko e Ayra que são Orisás da inteligência e Osossi orixá da sabedoria e esperteza e Ossaiyn Orisa dos mistérios da magia, como se não bastasse carrega qualidades da linha de yemonja pois ele as vezes se parece como uma mãe para seus filho e para seu médium e se notar vai ver que mesmo sem paciência a educação é uma forte característica no tronqueira.
Não gosta de falsidade nem de fingimento e nem falta de respeito a ligação com Osun faz o Tronqueira um esu forte em trabalhos de níveis sentimentais e amorosos, mas pense 3 vezes e repense 3 vezes novamente antes de pedi-lo uma amarração, ele não é muito chegado a isso por causa da ligação dele com Sangô o senso de justiça, de razão, de certo ou errado e muito grande.
Ele é irmão de Esu 7 porteiras e trabalha com Tranca ruas e 7 encruzilhadas, pois são Esus dos caminhos, são eles responsáveis por abrir ou fechar os caminhos, essa qualidade que ligam essa linhagem de Esus aos orixás Bara L'Onan (Esu Orisa) e Ogun Meji (Ogum dos caminhos na áfrica)
Fundamento: Por ser muito ligado a iroloko (arvore sagrada e da vida) e a Ayra (orisa um dos caminhos de Sangô vindo da região de save) ele recebeu o nome de Tronqueira, o tronco que segura que da segurança, é normal ver assentamentos desse Esu encima de tronco de arvore com os fundamentos dentro de um alguidar que vai encima de um pilão feito de gameleira com 6 pedras envolta, isso porque esses elementos simbolizam o crescimento.

Ponto cantando:

”A lua brilhou
a mata inteira estremeceu
Foi seu tronqueira quem gritou:
Quem manda na mata sou eu!”

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Esu Veludo

Exu Veludo Viveu na Hungria . Um homem muito elegante exuberante e de muitas terras , trabalhou muito para ter tudo o que queria .
Gostava muito de andar na noite ir a bailes ,bares e cabarés de Luxo. Era um homem bonito , alto , muito cobiçado pelas mulheres e tinha varias amantes.
Gostava de usar sua capa de veludo para sair a noite , anéis, correntes e pulseiras de bom quilate.
Ele tinha um irmão mais novo que lhe adimirava muito.
Este lhe adimirava tanto que acabou dispertando uma certa cobiça pela furtuna e pelas terras do irmão.
Seu irmão mais novo se juntou com os saqueadores e ladrões da cidade que planejaram um roubo na casa do irmão mais velho (Exu Veludo) .
Na noite do roubo, seu veludo não estava em casa, estava chegando , tentou evitar o roubo mais era muitos ladrões e acabou se ferindo gravemente . Ele não suportou os ferimentos e morreu no local.
Seu Irmão mais novo arrependido pela morte do irmão mais velho por que não quisera um assassinato e sim apenas roubar as jóias da propriedade e as coisas de valor , tentou vingar a morte do Irmão e os ladrões o mataram também.
Desencarnados, os dois irmãos se encontraram no astral. O Irmão mais novo pediu perdão para o mais velho e os dois tiveram a graça divina de se tornarem esus para ajudar os médiuns na terra auxiliando,aconselhando ensinando os demais a serem melhores.



Seus Nomes São:
Irmão Mais Velho - Exu Veludo
Irmão Mais Novo - Exu Veludo Menino ou Pode ser chamado também de exu Veludinho que pro ser mais novo ser tornou um mirim.
Exu Velulo trabalha na linha da Encruzilhada regido pelos orixás Ogum, Oxóssi, Yansã e Xangô.
Presta serviços diretamente ao Exu Rei Das 7 Encruzilhadas fazendo parte de sua falange.
Quando incorpora em seus médiuns ele vem vestido com sua capa em Veludo Preto , aprecia um bom Whisk e bons Charutos.
Um exu muito sério e esquentado . Sai do sério facilmente seu nome é Veludo , não por que ele gostava de usar roupas de veludo e sim porque antigamente assim eram chamadas as pessoas de olhar , tom e fala serenas.
As suas oferendas são entregues na estrada , em encruzilhadas de terra próximas de um rio e sempre a noite. Ainda gosta , que do lado de suas oferendas coloque-se pedaços de tecido de veludo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Itan de Esu

Exú o grande senhor que demarca principalmente os territórios utilizados por nós em seus caminhos, ganhou poder sobre a encruzilhada. Exú não tinha riqueza, nem fazenda. Exú não tinha rio, não tinha profissão, nem artes, nem missão. Por isso, Exú vagava pelo mundo sem paradeiro. Então, um dia, Exú passou a frequentar a casa de Oxalá. Ia à casa de Oxalá todos os dias. Lá, Exú se distraía vendo o bom velhinho dando vida aos seres humanos.

Muitos e muitos também vinham visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco: 4 dias, 8 dias. Traziam oferendas, elogiavam o velho Orixá, apreciavam sua obra, mas partiam sem nada aprender com Oxalá. Exú, no entanto, ficou na casa de Oxalá por 16 anos e, durante esse tempo, Exú não perguntava, apenas observava. Exú prestava muita atenção na modelagem e aprendeu como Oxalá fabricava cada parte do corpo dos homens e das mulheres, as mãos, os pés, a boca, os olhos, tudo. Ou seja, Exú aprendeu tudo.```

*COMO EXÚ SE TORNOU O AJUDANTE DE OXALÁ*

```Um dia, Oxalá tinha cada vez mais humanos para fazer e não queria perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam, então, ele disse a Exú para ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham a sua casa, para ficar ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda. Oxalá nem tinha tempo para as visitas. Exú tinha aprendido tudo e agora podia ajudar Oxalá.

Exú coletava os ebós para Oxalá, recebia as oferendas e as entregava. Exú fazia muito bem o seu trabalho e, assim Oxalá então decidiu compensá-lo: assim, Oxalá decidiu que todos os que viessem a sua casa, teriam de também de pagar alguma coisa a Exú. E, assim, Exú mantinha-se sempre a postos, guardando a casa de Oxalá, armado de um ogó, um poderoso porrete, afastando os indesejáveis e punindo quem tentasse burlar sua vigilância.

Exú trabalhava demais e fez dali a sua casa, na encruzilhada. Ganhou uma rentável profissão, ganhou seu lugar, sua casa. Exú ficou rico e poderoso. Desde então, ninguém pôde mais passar por uma encruzilhada sem pagar alguma coisa a Exú...

domingo, 4 de agosto de 2019

Lendas Africanas - Briga entre Osalá e Exu


Oxalá e Exu discutiam sobre quem era o mais antigo deles.
Exu, decididamente, insiste ser o mais velho.
Oxalá, decididamente também, proclama com veemência que já estava no mundo quando Exu
foi criado.
O desentendimento entre eles era tal que foram convidados a lutarem entre si, diante dos
outros Imalés, reunidos numa assembléia.
Ifá foi consultado pelos adversários e foram, ambos, orientados a fazer oferendas. Oxalá fez
as oferendas prescritas.
Exu negligenciou a prescrição.
O dia da luta chegou.
Oxalá apoiado em seu poder,
Exu, contando com a magia mortal e a força dos seus talismãs.
Todo os Imalés estavam reunidos na praça de Ifé.
Oxalá deu uma palmada em Exu e boom!
Exu caiu sentado, machucado.
Os Imalés gritaram:
"Êpa!"
Exu sacudiu-se e levantou-se.
Oxalá bateu-lhe na cabeça e ele tomou-se anão.
Os Imalés gritaram juntos:
"Êpa!"
Exu sacudiu-se e recuperou seu tamanho.
Oxalá tomou a cabeça de Exu e sacudiu-a com violência.
A cabeça de Exu tomou-se enorme, maior que o seu corpo.
Os Imalés gritaram juntos:
"Êpa!"

Exu esfregou a cabeça com as mãos e esta recuperou seu tamanho natural.
Os Imalés disseram:
"Está bem!
Que Exu mostre agora seu poder sobre Oxalá."
Exu caminhava pra lá e pra cá.
Ele bateu na própria cabeça e dela extraiu uma pequena cabaça.
Ele abriu-a repentinamente e virou-a.na direção de Oxalá.
Uma nuvem de fumaça branca saiu da cabaça e descoloriu Oxalá. Os Imalés gritaram juntos:
"Êpa!"
Oxalá esfregou-se, tentando readquirir sua antiga cor.
Mas foi em vão.
Ele falou: "Está bem!"
Oxalá desfez o turbante enrolado sobre sua cabeça e, daí, tirou o seu poder (axé).
Tocou com ele sua boca e chamou Exu.
Exu respondeu com um sim.
Oxalá ordenou-lhe:
"Venha aqui!"
Exu aproximou-se.
Oxalá continuou:
"Traga sua cabacinha".
Exu a entregou nas mãos de Oxalá.
Este a tomou firmemente e a jogou no seu saco.
Os Imalés exclamaram:
"Êpa!"
E disseram:
"Oxalá é, sem dúvida, o senhor do poder (axé).
O senhor da iniciativa e do poder (alabalaxé).
Tu és maior que Exu.
Tu és maior que todos os orixás.
O poder de Oxalá ultrapassa o dos demais.
Exu não tem mais poder a exercer.
Oxalá tomou a cabaça que ele utilizava para o seu poder.
"É esta cabaça que Oxalá utiliza
para transformar os seres humanos em albinos,
fazendo, assim, os brancos, até hoje.



Lendas retiradas do livro: LENDAS AFRICANAS DOS ORIXAS de PIERRE FATUMBI VERGER

Lendas Africanas - Esu


Laroyê!

Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os orixás.
Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal-entendidos e discussões entre as
pessoas ou para preparar-lhes armadilhas.
Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar, numa peneira, o óleo que
comprou no mercado, sem que este óleo se derrame desse estranho recipiente!
Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje!
Se zanga-se, ele sapateia uma pedra na floresta, e esta pedra põe-se a sangrar!
Sua cabeça é pontuda e afiada como a lâmina de uma faca.
Ele nada pode transportar sobre ela.
Exu pode também ser muito malvado, se as pessoa se esquecem de homenageá-lo. É
necessário, pois, fazer sempre oferendas a Exu, antes de qualquer outro orixá.
A segunda-feira é o dia da semana que lhe é consagrado.
É bom fazer-lhe oferendas neste dia,
de farofa, azeite de dendê, cachaça e um galo preto.
Certa vez, dois amigos de infância, que jamais discutiam,
esqueceram-se, numa segunda-feira, de fazer-lhe as oferendas devidas. Foram
para o campo trabalhar, cada um na sua roça.
As terras eram vizinhas, separadas apenas por um estreito canteiro.
Exu, zangado pela negligência dos dois amigos, decidiu preparar-lhes um golpe à sua maneira.
Ele colocou sobre a cabeça um boné pontudo
que era branco do lado direito e vermelho do lado esquerdo.
Depois, seguiu o canteiro, chegando à altura dos dois trabalhadores amigos e, muito
educadamente, cumprimentou -os:
"Bom trabalho, meus amigos!"
Estes, gentilmente, responderam-lhe:
"Bom passeio, nobre estrangeiro!"
Assim que Exu afastou-se, o homem que trabalhava no campo à direita, falou para o seu
companheiro:
"Quem pode ser este personagem de boné branco?"
"Seu chapéu era vermelho", respondeu o homem do campo à esquerda.
"Não, ele era branco, de um branco de alabastro, o mais belo branco que existe! "
"Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de fulgor insustentável!"
"Ele era branco, tratas-me de mentiroso?"
"Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?"

Cada um dos amigos tinha razão e estava furioso da desconfiança do outro. Irritados, eles
agarraram-se e começaram a bater-se até matarem-se a golpes de enxada.
Exu estava vingado!
Isto não teria acontecido se as oferendas a Exu não tivessem sido negligenciadas.
Pois Exu pode ser o mais benevolente dos orixás se é tratado com consideração e
generosidade.
Há uma maneira hábil de obter um favor de Exu.
É preparar-lhe um golpe mais astuto que-aqueles que ele mesmo prepara.
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam áridos,
a chuva não caía.
As rãs choravam de tanta sede e os rios
estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum orixá invocado escutou suas
queixas e gemidos.
Aluman decidiu, então, oferecer a Exu grandes pedaços de carne de bode. Exu comeu com
apetite desta excelente oferenda.
Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Exu teve sede.
Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham,
em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede!
Exu foi à torneira da chuva e abriu-a sem pena.
A chuva caiu.
Ela caiu de dia, ela caiu de noite.
Ela caiu no dia seguinte e no dia de depois, sem parar. Os campos de Aluman tomaram-se
verdes.
Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:
”Joro, jara, joro Aluman,
Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes! Joro, jara, joro Aluman,
Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas! Joro, jara, joro Aluman,
Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca! Joro, jara, joro Aluman! ”
E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar!
Aluman, reconhecido, ofereceu a Exu carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta.
Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso!
Pois, em todas as coisa, o demais é inimigo do bom.


Lendas retiradas do livro: LENDAS AFRICANAS DOS ORIXAS de PIERRE FATUMBI VERGER

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Historia Esu Tiriri e Marabo

Tiriri é um dos poucos Esus (entidade) de origem afro. 
Por ser irmão de Marabo a história de um é atrelada a do outro.


















Quanto a princesa assinou a lei que
Acabava com a escravidão
Os grilhões caíram 
O tronco e o chicote foram queimados
Mas tirando isto a vida dos negros 
Não melhorou nada.
Antes eram escravizados
Depois da abolição foram marginalizados. 
Quando o senzala foi fechada
Os antigos senhores enxotaram
Os negros para fora de suas terras
Pois já que a lei dizia que todo
Trabalhador iria ganhar salário
Os senhores preferiram contratar
Os imigrantes italianos
E nisto os negros foram empurrados
Para os morros onde estariam
Longe da vista dos brancos
E nestes mortos nasceram
As favelas. 
Havia um negro liberto 
Que havia sido nomeado Manuel da Silva. 
Mesmo sendo liberto o "Da Silva" 
Que era nome sinônimo de ser escravo
Não foi removido e ele a contra gosto
Teve de continuar assim.
Manuel fora ajuntado a uma outra
Escrava e com ela teve dois filhos 
Mas ela não viveu para ver a liberdade 
Então Manuel criou os dois meninos
Um era corpulento, se chamava Miguel 
Mas todo o povo o nomeava de
Marabô por conta de seu comportamento
Ser similar ao Deus do seus antepassados
E seu irmão mais novo que era também
Forte mas não brutamontes tinha
O nome de Gabriel mas o povo 
O renomeara Tiriri
Pelo mesmo motivo. 
Marabo e Tiriri gostavam
Mais de serem chamados assim
Do que terem que responder pelos
Nomes de anjos que o padre da cidade. havia imposto a eles.
Eles quando eram forçados a ir a Igreja
Viam as imagens de anjos loirinhos
Brancos como leite e de olhos azuis
E não se reconheciam em nada
Mas quando no escuro da noite
Antes de dormir a velha vó negra 
Cochichava para eles as lendas do Orisa Esu
Eles se regozijavam por verem 
Naquele Deus muito mais de si do
Que em todos os anjos do céu. 
Quando cresceram a sociedade esperava
Duas coisas deles
Ou que fossem sapateiros como o pai
Ou que arrumassem algum oficio 
Condizente com a cor de pele que tinham.
Nenhum dos dois quis ser como o pai
E se ajoelhar a vida toda calçando 
Os pés dos brancos malditos
E não viam a menor perspectiva em
Arrumar um trabalho como lavrador
Ou como pedreiro 
Eles queriam mais da vida. 
Foi então que quando ainda eram
Adolescentes os dois arrumaram 
Emprego como leão de chácara 
Em um grande Cabaré, 
A dona era Maria Quitéria
E mesmo sendo branca os tratava muito bem
E eles sabiam que era porque
Ela era tão marginalizada quanto eles
Por ser mulher e por ser prostituta 
Então ela os entendia
E o pagamento que oferecia por deixar
O cabaré em segurança era bom e farto. 
Com os outros leões eles aprenderam 
O manuseio de armas
E na favela onde moravam aprenderam
A capoeira que fazia do corpo deles
Uma arma. 
Quando se tornaram adultos 
Quitéria morreu 
E aquele foi o estopim para que
Buscassem um novo rumo.
Tiriri e Marabo sempre foram
Unha e carne 
Mas houve um fato que os fez se distanciar. 
Este fato se chamava Maria Mulambo.
Mulambo era uma das prostitutas 
Da casa de Quitéria e vivia a fazer
Charme para um e para outro
Dizendo aos dois que se houvesse um
Homem forte e capaz de tirar ela
Daquela vida ela com ele se casaria.
Puxa vida como era bonita! 
E o que tinha de bonita tinha de mentirosa. 
Tiriri caiu e começou a dar a ela
Dinheiro pois ela dizia que devia
Ao cabaré e que só poderia sair de lá
Quando saudasse a divida. 
Marabo também caiu nessa
E mais muitos caíram nas lorotas dela.
Quanto Marabo descobriu que Tiriri
Também era amante de Mulambo
Os irmãos brigaram e chegaram as 
Vias de fato.
A grande amizade dos dois esmoreceu
E eles decidiram se separar. 
Marabo quis ficar 
Ainda tinha esperança de casar com 
Mulambo.
Ele Não era mais leão de chácara
Mas sim um jagunço contratado
Um tipo de mercenário.
Tiriri arrumou a trouxa, jogou nas costas
E caçou seu rumo para o norte.
Mulambo, safada como era 
Quando estava com muitos sacos
Cheios de ouro 
Saiu do cabaré
Mas não para deixar de ser da vida, 
Com o dinheiro comprou um cabaré para si
E de prostituta virou foi cafetina.
Marabo se desgostou tanto 
Que se jogou em todo tipo de negócio escuso.
Tiriri no norte vivia de pequenos serviços e golpes
Não era boa gente, era perigoso
E quanto mais os anos passavam
Mais rico ele ficava
E mais sujas de sangue suas mãos eram.
Tiriri se associou a uma trupe perigosa
Que hoje em dia seria até chamada gangue
Mas na época era so um grupo de meliantes.
Haviam muitos grupos pelo país
Cada um em uma área e nenhum
Passava os limites.
Tiriri se tornou chefe deste grupo
E por muitas vezes matou homens
Do Sul que invadiam o território 
Que a ele pertencia.
Não foram um, não foram dois
Foram mais de uma dezena de sulistas
Passados no fogo e na faca
Pois o próprio Tiriri dizia que 
Cada lobo fora de sua alcateia é presa.
Certa vez ele foi ao sul ver o irmão
Mas toda a história se repetiu
Desta vez uma outra mulher, Sete Saias
Esteve entre os dois
E no fim a visita de conciliação
Acabou com ambos saindo aos murros
E os companheiros de Tiriri que eram
Do Norte acabaram por fazer
Um banho de sangue matando
Os sulistas na própria área deles.
Não dava mais
Não era mais amigos
Marabo e Tiriri não podiam mais conviver. 
Os anos corriam como água no rio
E então Tiriri recebeu uma carta
De Marabo.
Muito surpreso do irmão estar
Escrevendo para ele achou que
A mensagem seria de paz 
Mas não, a mensagem era de tristeza.
Manuel, o pai dos ambos estavam no
Leito de morte e pedia para ver
Os dois juntos uma última vez.
Tiriri arrumou a mala e correu para o 
Porto afim de descer a costa de navio.
Os companheiros do grupo avisaram
A ele para não ir
Pois no sul havia um outro grupo
De meliantes que o iriam reconhecer
E se tivessem oportunidade o iriam matar.
Os companheiros pediram que ele
Pelo menos informasse as gangues do Sul
Pois no sul haviam tanto um coronel
Muito mal encarado chamado de Tranca Ruas
Quanto um bandido cruel chamado Zé Pelintra
E era ideal que ele informasse
Que estava indo lá em paz
Mas Tiriri voou como um alucinado
Deixando Recife para trás
Ele só queria ver o pai.
Quando aportou em Santos
Todos os Malandros o fitaram
E os informantes do coronel também
Não deixaram de notar. 
Tiriri comprou um cavalo e correu um dia e uma noite 
Para a casa do pai
Quando chegou lá 
Marabo que era um brutamontes de tão
Forte e musculoso estava na sentado
Ao chão e segurava uma das mãos do velho deitado a cama. 
Tiriri sem dizer nada apenas se sentou
No chão do outro lado
E tomou a outra mão do pai.
Os irmãos ficaram ali com Manuel
E o velho pedia para que os dois ficassem juntos
Pois só tinham um ao outro no mundo.
Pedia que se casassem, que formassem
Família e que vivessem em paz.
Os três ficaram juntos e imóveis
Até que algumas que horas depois
A vida abandonou o velho homem. 
Tiriri se levantou afim de ir chamar
Uma anciã da favela para fazer
Os ritos fúnebres no pai
Mas quando abriu a porta
Deu de cara com um mar de homens
De terno branco
E no meio deles aquele negro alto 
Com dentes de ouro e sorriso escarnecedor, Zé Pelintra. 
Tiriri falou que estava ali só pelo pai
E que não queria confusão
Mas Zé lembrou que na última visita
Que Tiriri fez 
O sangue de muitos sulistas correu na rua
O inferno reuniu no Su
Pelas mãos dos meliantes do norte.
Tiriri tentou argumentar quando 
Ali no batente da porta da casa da pai
O primeiro tiro foi disparado
Seguido por tantos que nem dava para
Contar quantos. 
O corpo de Tiriri apenas estremecia
Enquanto as balas atravessavam a carne.
Quando Marabo correu de dentro da casa para
Ajudar o irmão já era tarde
Tiriri caiu morto. 
Marabo quando saia do sério
Agia como louco
E perder o pai e o irmão no mesmo dia
O deixou totalmente fora de si.
Ele passou a mão na faca que trazia
Na cintura e se jogou no meio
Do exército de malandros de Zé Pelintra.
Zé tentou intervir dizendo aos malandros
Para não ferirem Marabo
Pois ele não era inimigo
Mas Marabo começou a derrubar um a um
Cortando as gargantas dos homens de terno branco
Então Zé Pelintra não teve como
Conter as pistolas deles
E uma saraivada de tiros
Foi lançada sobre Marabo.
Mas Marabo não caiu,
O povo atirava mas ele continuava e
Quando mais da metade dos malandros ja havia sido passado na faca
Zé Pelintra entendeu o que acontecia,
Marabo tinha o corpo fechado. 
Isso era feitiçaria africana antiga
Dada aos filhos de Ogun
E feita pelas velhas mães de Santo
Que tinham o sangue antigo nas veias.
Nenhuma bala ou lâmina comum
Mataria um homem de corpo fechado.
Então Zé que era entendido 
Correu a pegar uma lâmina benzida nas mesmas sete ervas que eram
Usadas para fechar o corpo
E com a lâmina na mãos ele caiu sobre Marabo
Cravando o ferro no peito do gigante.
Marabo finalmente caiu.
A confusão acabou ali, Zé Pelintra
Se foi levando consigo os corpos dos mortos de sua trupe
E o povo da Favela foi chamar 
Maria Mulambo para contar do ocorrido.
Maria Mulambo era quem realmente mandava ali.
Quando Mulambo chegou 
Tranca ruas ja estava lá
E ele como homem da lei iria
Jogar o corpo dos três em uma vala comum e enterrar como indigentes
Mas Mulambo o convenceu a deixar
Ela tomar conta disso.
Ela deu um lugar de descanso 
Para os corpos de Manuel
Marabo e Tiriri
Pagou para que fossem valados
Com dignidade. 
O corpo dos três foi enterrado
No alto do morro onde ninguém
Os perturbaria.
Os dois irmãos valentes até hoje
Existem
Mas agora são espíritos
Porém mesmo mortos ainda são cheios de valentia.

Saravá Tiriri!


Arte&Texto:
Felipe Caprini