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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Pombo Gira Menina

A vida desta menina começou logo de maneira triste. A sua mãe era uma mulher da vida que oferecia o seu corpo aos homens em troca de dinheiro.
Num desses trabalhos engravidou e teve Laura, agora conhecida como Pomba Gira menina.
A menina foi indesejada e não tardou muito até ser deixada na berma da estrada para quem “a apanhasse”… Uma mulher com a alcunha de cafetina apanhou e criou ela.

Laura, já com 9 ano de idade, começou percebendo o que Cafetina fazia para ganhar a vida. Ela ia buscar mulheres a todos os cantos para alimentar o seu bordel.
Era uma exploradora das meninas… E pouco tempo bastou para Laura perceber isso pois a própria madrastra lhe disse que quando ela completasse 11 anos de idade que ia leiloar a sua virgindade.
Mas isso não a fez desistir…
A menina sabia que ainda lhe restavam 2 a 3 anos para ter a sua sentença e até essa data decidiu fazer algo milagroso.
Ela falava e demovia todas as mulheres que trabalhavam para a Cafetina, mostrava para elas que a vida tinha muito mais para oferecer e que elas precisavam parar de ser escravas.
As suas doces e belas palavras convenceu muitas mulheres e ajudou muitas delas a saírem dessa vida e a encontrar um caminho melhor a seguir.

Pomba Gira Menina, apenas com 9 anos de idade, já tinha conseguido retirar das ruas dezenas de mulheres que eram abusadas diariamente por vário homens dos bordéis.
Mas isso apenas serviu para irritar a sua Madrastra…
Então, como vingança, não teve pena ao leiloar a menina!
O leilão da Pomba Gira Menina começou…
Laura fez os seus 11 anos de idade, neste altura já tinha demovido muitas mulheres e, segundo Cafetina, tinha-a feito perder muito dinheiro!
Dinheiro esse que ela afirmo que ia recuperar!
A sua maneira de recuperar o dinheiro e, ao mesmo tempo, se vingar da menina que lhe estragou o negócio, foi leiloar a sua virgindade a quem oferecesse mais.
Laura ficou de rastos, chorou dias e noites sabendo que em breve seria abusada por um homem qualquer.
Ela tentou pedir perdão e clemência, mas a sua madrastra queria apenas vingança e dinheiro para encher os seus bolsos.
Correu muito rapidamente o boato de que “a filha da cafetina do cabaré” estava à venda!
Os homens salivavam falando nela, naquela pobre jovem de apenas 11 anos de idade.
Todos falavam como estavam dispostos a pagar para estar com ela, para serem os primeiros homens da vida dela, e não faltou licitações nesse leilão vergonhoso.
Mas o Pai Maior decidiu intervir!
A forte Pomba Gira Menina acabou por ter uma visão… Ela viu o Pai Maior e falou com ele.
Durante essa conversa ele disse para ela que apenas tinha duas soluções: ou fugia e levava com ela todas as outras meninas menores que eram abusadas diariamente ou então se entrapada à vontade do homem que queria seu corpo.
Ela nem sequer precisou pensar…
A partir desse mesmo dia começou combinando com as meninas e preparando a sua fuga para a cidade.
Num dia de negociações da sua virgindade ela conseguiu recolher 21 meninas e conseguiram escapar para as ruas.
Andara fugidas entre 1 a 2 anos e, nessa altura, a pobre jovem já conhecia bem. dureza das ruas, a fome, o frio, o desespero e a aflição, mas mesmo assim continuou sempre ajudando todas as pessoas que conseguia!
Infelizmente isso acabou rápido… Quando tinha 13 anos de idade, a Cafetina ordenou a um grupo de mercenários que capturasse ela e as 21 meninas fugidas.
E assim foi, as meninas foram capturadas 1 a 1 até conseguirem capturar as 21… Neste altura só faltava capturar a Pomba Gira Menina… Mas não foi preciso!
Ela foi até Cafetina e disse que trocava a sua vida pela das 21 meninas. Ela concordou e disse que mal acabasse o ato com o comprador do seu corpo que libertava as 21 meninas.

Mas não foi bem assim… Aqui acaba tudo!
Mal o homem agarrou Laura para ir para o quarto, de forma agressiva e abusada, Cafetina ordenou aos mercenários que matassem as 21 meninas.
Laura, quase a ser abusada, teve visões das meninas envolvidas numa poça de sangue e, nessa altura, percebeu que algo estava muito errado! Ela percebeu que a sua madrastra não tinha cumprido a promessa…
A menina, muito furiosa e revoltada, pega num punhal que o homem tinha preso ao corpo e espeta ele no seu coração!
Ela mata o homem em poucos segundos e os seus gritos de dor fizeram com que Cafetina ouvisse… Quando chegou ao quarto limitou-se a tirar o punhal do coração do homem e a espetar ele no coração de Laura!
Laura, sofrendo com dores, acabou por falecer sorrindo.
Ela sorriu e agradeceu a Cafetina pois ela tinha libertado Laura!
O seu corpo morreu, mas o seu espírito permaneceu juntamente com os espíritos das 21 meninas que morreram, todos sorrindo, dançando e cantando!

Agora a menina ficou conhecida como Pomba Gira Menina e é um verdadeiro Espírito de Luz.

Quanto a Cafetina… Ela acabou falecendo também nesse mesmo dia enquanto procurava ajuda… Foi brutalmente atropelada e deixada na berma da estrada.
A sua alma foi imediatamente levada pelos Kiumbas e escravizada.




É Laroiê, é Laroiê.é na calunga, 
é no calungá,é Laroiê, 
é Laroiê,que a Pombo Gira Menina é Mojubá.
Na meia noite ela dança,no meio dia ela vai brincar,
menina linda nos traz esperança,e no terreiro vai saravar.
Vem da calunga a linda pequenina,
trazendo sua Falange em nome de Osalá,
ela é a bela Pombo Gira Menina
encantando e iluminando o nosso Gongá.

Pombo Gira Sete Saias

Sete Saias teve sua vinda ao mundo marcada por muito sofrimento. 
Já na sua infância se dá o início de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações durante o parto. 
Desde então sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava. Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai sendo mais uma serviçal do que uma filha. 
Com seu pai Sete Saias morava em uma choupana afastada no lugarejo onde habitavam e por esse motivo não vê felicidade em seu futuro. Acaba então a moça Sete Saias se relacionando com homens casados e ricos do povoado vendo ai sua única satisfação.

Mas a vida não lhe sorri pelos seus envolvimentos e pelo enredo de traições em que se envolve e as esposas traídas desejam o seu mal a ponto de desejarem apedreja-la. 
Sete Saias tinha sete amantes. Assim, para cada amante ela usava respectivamente uma saia. Estes amantes, juntarm-se decidem transformar a vida da moça, trancando-a em um casebre afastado como modo de puni-la pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos. 
É então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu carcere... Com muito sufoco, e força de vontade de viver, derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira. Rastejando pela fraqueza encontrou uma estrada próxima e nela passava uma caravana de ciganos que a acolheram e cuidaram dela. 
Tornando-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. Este filho tornou-se um homem muito rico, ele recebeu o título de barão e provavelmente ela uma baronesa. 
E por vingança, queria voltar ao lugar que queriam apedrejá-la. 
O marido apaixonado e fiel, fez a vontade da esposa, comprando o melhor e mais importante casarão daquele povoado. E assim, mandou convite a todos para um rico e abundante baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos.
E Sete Saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido. E todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa. 
Ela chamou a todos ao centro do salão, ainda com a máscara, os convidados já totalmente bêbados, ela retirou a máscara, revelando-se a todos. Os inimigos indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela. 
E no soar de palmas, entraram-se empregados ao salão, carregando enormes barris de óleo. E os convidados achando-se que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Sete Saias e seu marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim, de todos os seus inimigos, chegando ao ponto de pedir a sua rica charrete para parar em frente ao casarão e ver seus inimigos se incendiando.

Suas últimas palavras aos seus inimigos foram: " Livrarei vocês dos seus pecados com o fogo!"
Beijando o seu esposo e seguindo a tua viagem.
Ela morreu com seus 78 anos.

Entidade mística, que com suas 7 saias, trabalha no mundo espiritual, quando convidada para esse fim. Pode ser sua grande aliada nas questões que envolvem o amor, dinheiro, trabalho, saúde.



Oração a Sete Saias

Salve Sete Saias!

Minha boa e gloriosa princesa, pelos sete esus que acompanham seus passos, rogo e suplico que amarre (nome da pessoa) nos 7 nos de suas saias e nós 7 guizos de sua roupa. Vou divulgar seu nome em troca deste pedido de trazer esta mulher (nome da pessoa) hoje e sempre comigo, para que ela se torne minha e ainda hoje pense em mim e fique pra sempre comigo, pois não conseguirá ficar longe de mim, pois terá medo de me perder, que venha dizendo que me quer sempre junto dela, tudo ela me dará, nada ela me esconderá, nada ela me negará.
Assim seja e assim será! E assim está feito! Eu profetizo em nome de olorum oxalá e ida que (nome da pessoa) vai ficar sempre comigo (seu nome) o mais rápido possível, confio na falanges da Pombo gira Rainha das Sete Encruzilhadas, cada vez que for lida essa oração mais forte ela se fará, por isso vou mandar aos quatros cantos do mundo pedindo a mãe que me conceda o pedido de estar com (nome da pessoa). Sei que os espíritos das falanges de pombo gira já estão soprando no ouvido no ouvido dela o meu nome de dia e de noite, (nome da pessoa) não vai ter desejo e tesao por nenhuma outra mulher e outro homem, somente comigo ( seu nome) que ela terá prazer sentirá desejos e tesao, que (nome da pessoa) pense em mim (seu nome) todos os dias de sua vida, que sempre pense em mim com desejos, com saudade, com vontade de estar ao meu lado, com saudades do meu corpo, do meu sexo, confio no poder das Sete Encruzilhadas e vou continuar divulgando esta oração poderosa. Assim seja, assim está feito!!!

Salve Sete Saias.

Me de um sinal minha pombo gira Sete Saias que está trabalhando em favor!!!



OUTRA HISTORIA DA POMBO GIRA SETE SAIAS

A lenda conta que a Cigana Sete Saias foi apaixonada por um moço "não cigano" o que seus pais não aceitavam... e proibida de viver este amor parou de comer até vir a falecer.
Quando seu corpo estava sendo preparado para velar, sua mãe trouxe suas sete saias favoritas e colocou a seus pés para poder rodar e jogar cartas nos caminhos do astral superior.
A moça chegando as astral, foi recebida por Santa Sara a qual a designou a proteger e ajudar todas as moças que choravam por seus amores proibidos e impossíveis... É a esta entidade poderosa que as mais serias mandingas de amor são realizadas... e há quem diga que o que a Cigana Sete Saias Une... Ninguém separa!


Pontos Cantados

Ó gira formosa tem alegria e rosa.
Na gira da pombo-gira você vem balançar.
No balanço das pombo-giras sete saias vem girar.

Conheci uma mulher
Numa noite de magia
Foi ela quem me acolheu
Quando eu não tinha nada
Ela sempre prometia
No  desamparo proteger os fiéis
O pranto em meu rosto
Parecia não cessar
Me envolvia em seus braços
Fazia o mundo parar
Numa troca de energia
Numa troca de Asé
Dava sua gargalhada
Acredite quem quiser
Traz magia
Traz encantos
Numa noite de luar
Traz mistério nas tuas saias
Traz feitiço no olhar
Pombo Gira macumbeira
Não preciso nem falar
Pombo Gira feiticeira
Veio pra me ajudar

Hoje uma oferenda vou levar
7 rosas vermelha hoje vou lhe ofertar
Hoje dona sete vai girar
Suas 7 saias pra me abençoar













terça-feira, 27 de agosto de 2019

Maria Navalha! Pombogira ou Malandra? As duas....

Sim, as duas!!!
Maria Navalha é o nome adotado por muitos espíritos com apresentação feminina que trabalham de modo independente, costumam se apresentar na Umbanda, mas também em casas de Candomblé que cultuam entidades. Podem trabalhar como Pombas Giras, especialmente junto à falange de Maria Padilha ou na "Linha dos Malandros".
Do mesmo modo que há uma incompreensão e entendimento sobre Maria Farrapo, o mesmo ocorre com Maria Navalha.
Enquanto Maria Farrapo trabalha com a falange Maria Mulambo, a Pomba Gira Maria Navalha está intimamente ligada à falange Maria Padilha, que foi onde esses espíritos, encontraram oportunidade organizada de trabalho como Pombas Giras.
Não se deve confundir MARIA NAVALHA com MARIA PADILHA DA NAVALHA ou MARIA PADILHA DAS SETE NAVALHAS.
São espíritos especializados em "GENTE", profundos conhecedores dos abismos da alma humana e do que ela tem de mais degradante, e isso devido às próprias e dolorosas experiências pretéritas.
O INSTRUMENTO NAVALHA:
O Símbolo da Malandragem
O instrumento Navalha foi amplamente utilizado, e ainda o é, como instrumento de defesa, dor e morte pelos que viviam a lei por conta própria. Contavam apenas consigo mesmos e sentiam-se apartados de um mundo que lhes socorressem ou protegessem.
A vida era dura: olho por olho e dente por dente.
A navalha tornou-se o símbolo maior da malandragem e seus códigos próprios.
Mas seu significado na Umbanda, além de identificar os Malandros é sua capacidade de cortar, separar, apartar o mal que está fora e principalmente dentro dos seres.

MARIA NAVALHA POMBA GIRA
As Marias Navalhas que trabalham como Pombas Giras podem apresentar as complementações usuais como: da Encruzilhada, do Cemitério, da Praia, do Cabaré, da Calunga, etc. Apresentam ponto riscado de Pomba Gira e comportam-se como tal.
Algumas vertentes da Umbanda não reconhecem Maria Navalha como Pomba Gira apenas como Malandra. E como não chamam essa linha (Malandros), nesses Terreiros essas entidades não trabalham.
Maria Navalha é o braço "esquerdo" de Maria Padilha, sempre cooperando de modo próprio com os trabalhos de Padilha. Não existem rivalidades entre Maria Padilha e Maria Navalha, como alguns sugerem. Do mesmo modo que não existem disputas entre Maria Mulambo e Maria Farrapo.

MARIA NAVALHA MALANDRA:
As que trabalham na falange dos Malandros costumam ter denominações complementares típicas dos mesmos, como: do Morro, da Ladeira, da Lapa, do Forró, do Samba, da Madrugada, da Esquina, do Asfalto, da Boemia, Pé de Valsa, e outros. Outra característica na denominação é a complementação regional: Maria Navalha de Pernambuco, de Minas, Baiana, do Norte, etc..
São mais livres e passionais em suas manifestações, usando trajes mais coloridos e alegres que os tradicionais vermelho e preto das Guardiãs. Também gostam muito de usar chapéu e lenço (usados também por algumas Marias Navalhas Pombas Giras).
Comunicam-se de modo simples e direto, com vocabulário popular, em alguns casos fazendo uso de expressões e gírias típicas da malandragem.
Preferem bebidas como cervejas, batidas, água de coco, caipirinhas e aguardente.
Pedem mais elementos para trabalho e solicitam mais oferendas que as Marias Navalhas Pombas Giras.
As histórias a respeito desses espíritos são repletas de mortes trágicas, traições, paixões, abandono, carência financeira, ausência de estrutura familiar, falta de oportunidades de educação e formação, pobreza e miséria. Uns poucos conseguiram fama e fortuna, com os "recursos" que tinham.
São gentis, simpáticas, as vezes sérias, sempre muito bem vestidas, elegantes, e bem arrumadas, são vaidosas, gostam de receber presentes e adoram perfumes e batons (Principalmente na cor vermelha)
As vezes surgem nomes de entidade, se denominando Malandra, mais nem sempre são, pois como é uma linha nova, existem pessoas que inventam de má fé, nomes que não existem.


Pomba Gira ou Malandra, fato é que Maria Navalha, Maria Navalhada ou Maria das Sete Navalhas, conhece os efêmeros prazeres e as profundas dores do submundo das criações humanas. E como tal, pode ajudar aos que ainda encontram-se presos e comprometidos à essa realidade.
Salve a Pomba Gira Maria Navalha!
Salve a Malandra Maria Navalha!
Cores : Vermelha, Branca e Preta
Guia: Vermelha e Branca
Indumentária: Roupas nessas cores ; Vermelha, Branca preta, muito raro o tom dourado.
Chapéis: Chapéu Panamá, com Fita vermelha, ou preta, também podem usar chapéu branco (sem fitas), podem usar lenços em seus chapéus ou para enfeitar seus cabelos antes de colocar o chapéu, podem colocar rosas ou cravos vermelhos ou branco no chapéu.
Algumas qualidades de malandra gostam de chapéu preto e outras gostam de cartola baixa. Raramente gostam de cartola alta, quando gostam são nas cores tradicionais (Branca e Vermelha)
Algumas usam Calça branca, vermelha ou estampada com estas cores.
Já outras usam Saias, com estampa vermelha e branca, saia branca, saia vermelha, saia com dados, naipes ou cartas de baralho.
Gostam de Blusa listrada (Vermelha e Branca), ou nas cores Preta, Vermelha, Branca. Também gostam de Roupas de seda (como algumas qualidades de Malandro). Também raramente, algumas Malandras, gostam de uma camisa branca (De botões) por cima da camisa listrada.
Flores: Rosas vermelhas, rosas brancas, cravos vermelhos e brancos, também gostam de flor de chuvisco.
Fumo: Cigarros de palha, Cigarros de filtro vermelho ou Cigarros com sabor. Existem ainda as raras exceções de Malandras que fumam Charuto.
Bebida: Cerveja Branca, Cerveja Preta, Batida, Pinga de Coquinho, Conhaque e raramente Whisky ou cachaça (pinga).
Objetos: Dados, Navalha, Punhal, Baralho.
Pontos de força: Lapa, Cabaré, Morro, Esquinas, Encruzilhada, Cais do Porto, Cruzeiro das Almas, Calunga (Pois como nossos amigos Malandros, trabalham também com as almas)
São boas amigas, trabalham ajudando as pessoas a largas vícios (Drogas e Álcool) também trabalham desmanchando magia negra, trabalham para assuntos financeiros, e as vezes até tiram seus protegidos e protegidas de enrascadas, também trabalham para amor

Malandra Maria Navalha e sua Falange:

-- Maria Rosa Navalha
– Maria Navalha do Cabaré
– Maria Navalha da Lapa
– Maria Navalha da Calunga
– Maria Navalha das Almas
– Maria Navalha da Estrada
– Maria Navalha do Cais

E outras Malandras…

– Malandra 7 Navalhadas
– Malandra 7 Navalhas
– Malandra Maria 7 Navalhas
– Malandra do Cabaré
– Malandra Rosa do Cabaré ou Rosa Malandra do Cabaré
– Malandrinha do Cabaré
– Malandra Maria do Baralho e Malandra do Baralho
– Malandra do Morro ou Malandrinha do Morro
– Malandra da Lapa ou Malandrinha da Lapa ; Malandra do Cabaré da Lapa
– Malandra Rosa da Lapa
– Malandra das Rosas Vermelhas dos Arcos da Lapa
– Malandra da Rosa Vermelha ; Malandra Rosa Vermelha ( Sendo ela da Lapa, Cabaré)
-Malandrinha das Rosas Vermelhas ; Malandrinha da Rosa Vermelha
– Malandra das Almas ou Malandrinha das Almas
– Malandra das 7 Encruzilhadas
– Malandra Maria do Cais ; Malandrinha do Cais ; Malandra da Beira do Cais
– Malandra 7 Saias do Cabaré
– Malandra da Estrada ; Malandrinha da Estrada
– Malandra da Bahia ; Malandrinha da Bahia
– Malandra Maria da Boêmia
– Malandra dos Arcos da Lapa entre outras;
Salve as nossas Amadas Malandras, Salve a Malandragem!
Que Deus possa sempre Iluminar sempre essas falanges que tanto nos quer Bem!

História da Pomba Gira Maria Navalha.
Maria Navalha – A primeira Pomba-gira brasileira?
Os velhos Tatas do Rio de Janeiro de antanho, grandes conhecedores da Magia Africana, gostavam de contar a pitoresca história de Dona Maria Navalha.
Para alguns ela foi a primeira Pomba Gira brasileira. Sim! Afinal, a querida Maria Padilha foi espanhola, e a Bruxa de Évora, a Pomba-gira mais antiga, nasceu em Portugal.
Maria Navalha foi brasileira legítima e carioca do bairro da Gamboa, zona portuária da cidade maravilhosa.
Sua história começou no final do século XIX, quando o bairro ganhou a primeira favela que se tem notícia, lá no Morro da Providência. Foi onde nasceu e cresceu uma mestiça de nome Maria. Linda, alta, forte, dona de um olhar magnético que chamava a atenção. Os sofrimentos da infância deram-lhe uma personalidade determinada e valentia. Aprendeu a se virar sozinha, pois desde cedo perdeu os pais e foi morar na rua.
Uma menina abandonada não tem muita opção, e logo ela foi introduzida no mundo da “vida noturna” e da malandragem, onde teve famosos mestres e mestras que a iniciaram na vida noturna. Foi nas ruas, cabarés e bares que a jovem Maria construiu sua fama e adquiriu seu “apelido”. Contam que ela bebia como um marinheiro, fumava como um estivador e brigava como um leão de chácara, mas sem perder a feminilidade. Capoeiristas famosos a respeitavam e tinha homem grande que tremia diante dela. Escondida no belo corpo sempre levava uma afiada navalha.
Com seu gênio briguento conseguiu muitos inimigos. Nenhum deles tinha coragem de enfrentá-la de frente, cara a cara.
Toda Sexta-feira era sagrada para Maria. Ela se arrumava e ia para a Macumba, culto sincrético e respeitado nos ambientes mágicos do Velho Rio de Janeiro.
A sessão começava tarde da noite e, no pequeno barracão do morro, ao som dos atabaques e cantigas, os Deuses da África e os Eguns baixavam juntos. Assim era o alegre canjerê, tudo misturado e sem uma ordem formal. Aqui rodava um Orixá, ali consultava um caboclo do mato e ao lado pitava um preto velho.
A Macumba era o culto do povo, dos simples e dos sofridos… Não era um antro de magia negra ou templo do demônio. Isso era o que diziam os preconceituosos de plantão, racistas, carolas e endinheirados ignorantes. Este tipo de gente ainda gosta de criticar as religiões de matrizes caboclas e africanas.
Foram nestas históricas Macumbas cariocas que as almas dos primeiros Exus baixaram (refiro-me aos espíritos e não ao Orixá).
Somente mais tarde, com o advento da religião de Umbanda, é que estes trabalhadores do Mundo Invisível vão ser reconhecidos em sua total grandeza e sobrenatural mistério. Nesta época Exu era, sobretudo, o amigo do pobre, do desvalido, do injustiçado e da prostituta. O Rei da Noite e o Imperador da Macumba.
Dona Maria Navalha ouviu muito os conselhos dos Exus, despachou nas escuras encruzilhadas do porto, fabricou talismãs e usou figas. Ensinou banhos e simpatias para as colegas de trabalho, ouviu problemas dos clientes e enxugou lágrimas de muitas vizinhas. Era uma alma generosa dentro do corpo de uma guerreira.
A primeira parte da vida desta mulher terminou numa noite sem Lua. Ao cruzar um beco foi surpreendida por trás e levou uma fatal facada de um inimigo. Morreu na rua onde viveu e trabalhou. Começava a segunda parte de sua vida. Faleceu a Maria mulher e nasceu a Maria entidade!
Depois surgiram as lendas e muitas coisas foram ditas a respeito dela. Contam que foi amante de Zé Pelintra e até que o matou! Que ela teve trinta e três maridos, amantes estrangeiros etc. Dona Maria Navalha entrou para a história e virou mito. O certo é que depois de morta ficou mais viva que nunca.
Certa noite, desta vez lindamente enluarada, durante uma sessão de Macumba no morro, Dona Maria baixou no terreiro… Incorporou numa menina negra magrinha que estava num canto. Maria Navalha ergueu aquele frágil corpinho, tomou um aspecto imponente e falou para a assembleia que ficou maravilhada!
Assim surgiu a primeira Pomba-gira do Brasil, antes mesmo da Umbanda ter nascido. Um dos Pontos de Maria Navalha canta:
“Mulher de malandro tem nome
E se conhece pela saia
Vara curta e onça brava
Ela é Maria Navalha!”
Por Edmundo Pellizari
Nomes:
Maria Navalha
Maria Navalhada
Maria Analha
Seu ilá é de guerra, pois vem por Oyá, mas não gosta de ser mandada. É vesga. Dança lindamente como uma mulata do olodum. Perigosa e verdadeira. Diz que nunca foi mãe, nem casada, nem teve casa.
Lendas (outra historia)
Uma pombagira pouco conhecida. No cais da Bahia, junto ao mercado modelo, onde os saveiros descarregavam frutas, cacau, fumo, viveu a pombagira Maria Navalha. Malandros, marinheiros cheirando a sal, vendedores de acarajé, capoeiristas, eram os seus companheiros. Ela usava uma saia estampada de chitão, uma blusa preta de babados, um chapéu negro prendendo seus cabelos vermelhos e dançava na roda de malandros.
Cai a noite e o amor "áis" de amor se ouviam nos saveiros, nas ruas pobres de salvador. E lá estava ela, com sua navalha na liga, sua defesa de mulher-dama ( mulher que vendia o amor ) para os que não queriam pagar. Jovem pobre, feiticeira, frequentadores dos candomblés que enchiam as madrugadas com os sons dos atabaques, ela ganhava a vida pelo amor e pelo jogo de ronda. Companheira dos malandros, dos marujos, dos bambas das ladeiras do velho pelourinho, amante ardente e carinhosa, mas com gênio forte, ela ganhou o nome de Maria Navalha dos velhos eluôs baianos. Moça vinda do interior da Bahia, sozinha, fazia ela mesmo suas roupas e nunca deixava seu chapéu preto brilhoso. Amou coronéis de cacau, jogadores dos cassinos, marujos tatuados, mas seu grande amor foi o malandro Zé pelintra da meia-noite.
Hoje, baixa na linha de exu, perigosa pombagira malandra, carteia e faz ebós diferentes, não como a famosa Maria Padilha e Molambo. Mas não pense que ela é fraca. Força de magia, faz trabalhos costurados, com caco de vidros, bebe suas cervejas, fuma seus cigarros e quando chega na banda do templo de magia cigana traz uma alegria incrível. Morreu há 55 anos e fala que no cais moram crianças abandonadas, bêbados, pretas com seus tabuleiros em X, pobres sem casa, carteadores, mulheres da noite.

Pontos Cantados

Ela é Maria navalha
Mora na beira do cais
É mulher de Zé malandro
Zé pelintra e outros mais
________________________________________
Eu vou beber
vou farriar
para a polícia me levar
eu moro em Casa Amarela
lá nas sete encruzilhadas
e quem quiser saber meu nome
sou eu Maria Navalha.
________________________________________
Mulher de malandro tem nome
e se conhece pela saia
vara curta e onça brava
ela é Maria Navalha

ORAÇÃO A MARIA NAVALHA.
"Salve Deus pai criador do universo
Salve Oxalá força divina do amor, exemplo vivo de abnegação e carinho
Bendito seja o Senhor do Bomfim
Bendita seja a Imaculada Conceição
Salve Maria Navalha, mensageira de luz,
guia e protetora de todos aqueles que em nome de Jesus praticam a caridade
Salve Maria Navalha, o sentimento suave que se chama misericórdia
Dai-nos o bom conselho
Dai-nos proteção
Dai-nos apoio, instrução espiritual que necessitamos
Para dar aos nossos inimigos, o amor e a misericórdia, que devemos pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo
Para que todos os homens sejam felizes na terra, e possam viver sem amarguras, sem lágrimas e sem ódios
Tomai-nos Malandra Maria Navalha sob vossa proteção, desviai-nos dos espíritos atrasados e obsessores, enviados por nossos inimigos encarnados e desencarnados e pelo poder das trevas.
Iluminai nosso espirito, nossa alma, nossa inteligência e nosso coração abrasando-nos na chama o vosso amor por nosso Pai Oxalá.
Valei-nos Maria Navalha nesta necessidade, concedei-me a graça do vosso auxilio junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo em favor desde pedido (fazer o pedido)
E que Deus nosso Senhor em sua infinita misericórdia, nos cubra de bençãos e aumente a vossa luz e vossa força, para que mais e mais possa espalha sobre a terra a caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo"

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Um pouco sobre a Pombo Gira Cigana

A Pombogira Cigana, são reconhecidas tbm pelo cumprimento do terreiro exibindo o tridente (o gesto indiano de trishula) com os dedos.

Seu dançar é leve e ao mesmo tempo pesado como os demais Esus, tem um certo tremular na mão (devido às castanholas ou pandeiro).
Como as Ciganas do Oriente, giram muito. Seus rostos apresentam uma certa alegria nervosa quando chegam no terreiro, mas logo fecham-se em um rosto muito severo mas leve.
Sua fala é mansa, as vezes Seca, irônica, às vezes rude. 
Não procura ser simpática, sendo às vezes até dasaforada, mas sempre, em sua malícia, despertam afinidades junto ao público feminino que as procuram para tratar de assuntos como falta de emprego, dinheiro, amor. Ela também trabalha em demandas pesadas e às vezes "cruzam-se"
(afinizam-se) com o Povo do Cemitério. Algumas delas dizem-se "do forno", "do cemitério", "da calunga", mantendo como par vibratório um Esu.
Geralmente usam vermelho e evita o preto guardando uma antipatia por essa cor por julgá-la "de má sorte", “de luto”.
Suas oferendas aceitam mel e o azeite-de-dendê, simultaneamente. Fumam cigarros, cigarrilhas e algumas ciganas fumam charutos, à semelhança de algumas mulheres desse povo, geralmente as mais velhas.
Essa pombogia é uma entidade liminar entre o Povo de Esu e o Povo Cigano. Ela não é de todo um, nem de todo, outro.
Sempre tem um nome próprio. Assim, como exemplo, a pombogira cigana dirá chamar-se "Pombogira Cigana Fulana da Estrada", utilizando-se qualquer nome próprio válido dentro da grande relação existente para essas entidades.

HISTÓRIA

Pombo Gira Cigana Rosita nasceu na Índia, mas possui suas origens da Espanha.
De pele morena clara e olhos esverdeados como o do seu pai, a cigana Rosita cresceu alheia a todos os conflitos que sua poderosa família de ciganos vivenciou enquanto ela ainda era muito pequena.
Bela e faceira, influenciada pela sua mãe, aprendeu as danças e as magias do amor. Tinha um especial dom para as castanholas, tornando-se a melhor cigana da tribo a tocá-las, encantando a todos ao seu redor.
De pele clara, cabelos longos e castanhos até a cintura e corpo esbelto, a cigana não usava lenços na cabeça, o que era incomum. Ela usava blusas brancas de mangas bufantes e saias estampadas com flores amarelas e rosa escuro. Trazia sempre consigo uma faixa rosa amarrada na cintura. Gostava de usar argolas de ouro e um cordão também de ouro com um pingente de quartzo rosa. Nos dedos anéis com pingentes de moedas antigas, de sol, de lua, de estrela e também de sino.
Sua característica mais marcante é o seu jeito de dançar. Por ter nascido na Índia, ter vivido muito tempo no Marrocos e também pela origem espanhola, sua dança carregava a inspiração desses locais, tendo uma forma única e diferenciada de dançar. Tinha o seu próprio estilo e tocava as castanholas como ninguém. Seus traços são espanhóis, mas a forma de se portar e de conversar são tipicamente marroquinas, onde vivem parte de sua infância e adolescência e onde fez muitos amigos. Ela costuma trabalhar, assim como sua mãe, na linha do amor.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

História Pombo Gira 7 Encruzilhadas

Pombo Gira nasceu em 914 e faleceu em 952.

Sete Encruzilhadas era morena, de baixa estatura, olhos e cabelos pretos, tinha rosto incomum, era bonita, mas não dentro dos padrões comuns. Sua missão na terra era destrancar os amores.

A entrega de suas oferendas ocorre nas encruzilhadas e as suas cores são vermelho, preto, roxo e maravilha. Os seus símbolos são: o tridente de sete pontas, navalha e punhal.

Esta Pombo-Gira pertence à nação Ketu. Sua comida predileta é muçum com farofa, além disso, gosta muito de galos rinheiros. A sua bebida predileta é Whisky.

Ela era uma linda cortesã que amarrou o coração de um rei francês que a tornou rainha e depois de alguns anos, ele faleceu.

Devido à tenacidade de seu trono, passou a ser cobiçada por outros reinos o que  a levou a se casar novamente. Não demorou muito e ela foi envenenada pelo atual marido que começou a governar da pior maneira possível.

A rainha chegou ao astral perdida no limbo por suas atitudes aqui na terra. Só depois de algum tempo nas trevas, a rainha foi encontrada por seu antigo rei que começou a cuidar dela.

O trabalho deste casal no astral ficou tão conhecido e respeitado que o Exu Belo o nomeou “o Senhor das Encruzilhadas”.  Juntos, passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e com milhares de entidades e fizeram este, o maior reino do astral médio superior: o reino das Sete Encruzilhadas.

Passado algum tempo, o rei que a envenenou veio a falecer, sendo levado ao astral reino das Sete Encruzilhadas. Assustado sem entender nada, foi colocado à frente da rainha a qual ele teve de servir até o resto da eternidade em virtude da falta que cometeu.

É uma entidade calma e tranquila, mas quando chega ao mundo, solta um grito de guerra onde expressa todo o seu poder de vitória.

Saravá, salve, viva Dona Rainha das Sete Encruzilhadas!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

História Pombo Gira Dama da Noite

Na época do império ela nasceu, Seu nome era Conceição. 




Filha de uma lavadeira. Ela foi vitima de uma Infância muito pobre, Sem nenhum recurso.Não Tinha pai, a Mãe era viúva, Pobre, feia e desleixada.

A mãe era conformada Com a forma de vida que tinham E sempre dizia a Conceição Que ela seria lavadeira também, Pois todas as gerações passadas Da família eram de mulheres Lavadeiras.
Conceição vivia então nisso, Ir para o rio com a mãe trabalhar, Uma trouxa de roupas lavar Em troca de alguns tostões. 
Todo dia era assim, Comer mau, se vestir mau
Dormir em um cama palha, E ainda era obrigada pela mãe A ir a missa agradecer a Deus pela Vida que tinha. 
Conceição e a mãe eram Apenas duas miseráveis vivendo Em barraco de madeira.
Pelo visto era assim que tinha que ser.
Pelo visto o destino era assim mesmo.
Porém um dia a mãe de Conceição Recebeu um trouxa de roupas Muito diferente do habitual, 
Eram roupas de tecidos finos, Vestidos, espartilhos, robes, Meias, e até mesmo ceroulas de Algodão tão fino que dava Prazer ao tocar a pele.
Todas as roupas mesmo sujas Tinham um doce cheiro de Perfume.
Conceição nunca tinha visto aquelas Coisas tão belas e perguntou A mãe de onde tinha vindo aquilo. 
A mãe de um modo ríspido respondeu
Que eram roupas de uma PROSTITUTA
E que Conceição não devia Se encantar com o luxo pois aquilo Tudo era coisa de mulher de vida fácil. 
Foi naquele dia que Conceição Desejou ser uma prostituta Para poder se vestir com tanto requinte. 
Quando as roupas estavam prontas Uma carruagem veio buscar E um belo rapaz desceu para Apanhar as trouxas.
Ele era em efeminado que trabalhava Para a prostituta dona do figurino.
Quando o rapaz alojou as roupas Na carruagem, Conceição se escondeu Entre as trouxas dentro do couche E foi escondida para o Cabaré Onde a prostituta vivia. Quando o rapaz tirou as roupas Ele a viu ali escondida e se assustou. 
Ela implorou que ele deixasse ela Falar com a dona da casa, E como ela já estava ali mesmo
Ele permitiu. Conceição quando entrou no saguão Do Cabaré viu ali tanto luxo Que seus olhos arderam pela beleza Do lugar.
A prostituta a recebeu em sua alcova 
E se apresentou como Mademoiselle Quitéria,
Uma imigrante francesa que estava Se estabelecendo no Brasil. 
Quitéria perguntou a Conceição O que ela queria ali E ela respondeu que queria ser uma prostituta.
Quitéria riu-se das palavras da moça E perguntou se ela sabia o que Uma prostituta fazia. 
Conceição na verdade não fazia A menor idéia do que era prostituição.
Quitéria disse com seu sotaque francês
"Querrrida... Você não sabe como é difícil a vida de mulher dama..."
Conceição mostrou as mãos calejadas
Pelo trabalho de lavadeira e perguntou "É pior do que isso?"
Quitéria se compadeceu dela e disse
"Não é desgastante por fora e sim por dentro... Mas se quiser eu posso te aceitar pois estou pensado em fundar um Cabaré e ainda não tenho meninas para trabalhar..."
Conceição foi aceita como a primeira
Menina do Cabaré de Maria Quitéria. 
Ela com dezesseis anos se tornou Uma prostituta. 
Logo Quitéria tinha mais de trinta Moças em sua casa alegrando A noite da cidade. 
Conceição passou a se vestir com luxo E a poder dormir até o meio dia Como sempre sonhou. 
Um dia Quitéria reuniu todas as Moças do Cabaré e as parabenizou Pelo sucesso da casa, por isso Decidiu dar um presente a elas,
Cada uma delas poderia pedir Algo que Quitéria compraria.
Uma pediu brincos de jade, A outra pediu um espartilho novo, Uma outra pediu um leque francês, E assim cada uma pediu algo.Quando chegou na vez de Conceição Queria perguntou o que desejava, Ela respondeu
"Eu gostaria de aprender a ler."
Quitéria se espantou, a maioria das Prostitutas eram analfabetas, Já que as mulheres com instrução Raramente caiam na vida. Porém o pedido de Conceição Foi atendido, Todos as dias em que o Cabaré Não abria ela ia para o quarto de Quitéria e ali tomava lições De como ler e escrever. Ela aprendeu o português correto, Mas também o francês 
E um pouco de latim.
Quitéria se encantou por Conceição De tal modo que ensinou a ela Não somente a escrita e os idiomas Mas também as regras de etiqueta. 
Conceição depois de alguns anos
Havia se tornado uma Dama.
Foi então que decidiu mudar de nome Ela escolheu se chamar Helena Tal como a de Tróia, Helena não parou por ai Ela foi aprender com as modistas
A forma mais classuda de se vestir, Foi aprender com os joalheiros Como usar as joias de modo correto, E assim ela se tornou um
Perfeito manequim, Uma bonequinha de luxo.
Porém havia um apelido por Qual era chamada pelos clientes Da casa, eles a chamavam
De Dama da Noite, Pois assim como a flor que só Florece uma única vez,
Ela também era difícil de se conquistar.
Uma noite um Conde foi até O Cabaré e a viu.
Ele se apaixonou perdidamente Por ela e a pediu em casamento. 
Foi surpreendente ela recusar o 
Pedido.
Toda mulher sonhava em casar
Com um homem rico, Porém ela não, ela queria ser Rica por conta própria. 
Ela e o conde se tornaram amantes 
Ele deu a ela muitas riquezas, E quando ela ficou velha
Era tão rica que pode desfrutar Da vida com toda pompa e circunstância Tal como havia sonhado. 
Dama da Noite foi uma mulher Que nasceu no barro Mas morreu no ouro.
Ela era Glamorosa, 
Não aceitava nada que não fosse Perfeito. Muitas tinham inveja
Pois ela era de fato uma Dama.
Mademoiselle Helena, Dama da Noite.
O segredo de Dama da Noite
Era amar a si mesma.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

História Pombo Gira Sete Saias

Mais uma das belissimas histórias de vida dessa Pombo Gira que faz o Terreiro parar para ver sua chegada!!!

Laroye Legbara!!!

Mojuba!!



Sete Saias teve sua vinda ao mundo marcada por muito sofrimento. 
Já na sua infância se dá o início de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações durante o parto. Desde então sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava. 
Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai sendo mais uma serviçal do que uma filha. 
Com seu pai Sete Saias morava em uma choupana afastada no lugarejo onde habitavam e por esse motivo não vê felicidade em seu futuro. 
Acaba então a moça Sete Saias se relacionando com homens casados e ricos do povoado vendo ai sua única satisfação. 
Mas a vida não lhe sorri pelos seus envolvimentos e pelo enredo de traições em que se envolve e as esposas traídas desejam o seu mal a ponto de desejarem apedreja-la. 
Mas porque Sete Saias carrega esse nome?
O motivo pelo qual tem este nome é que a moça tinha sete amantes. 
Assim, para cada amante ela usava respectivamente uma saia. 
Estes amantes, enciumados entre si decidem transformar a vida da moça, trancando-a em um casebre afastado como modo de puni-la pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos. 
É então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu carcere... 
Com muito sufoco, e força de vontade de viver, derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira. Rastejando pela fraqueza encontrou uma estrada próxima e nela passava uma caravana de ciganos que a acolheram e cuidaram dela. 
Tornando-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. Este filho tornou-se um homem muito rico, ele recebeu o título de barão e provavelmente ela uma baronesa. 
E por vingança, queria voltar ao lugar que queriam apedrejá-la. O marido apaixonado e fiel, fez a vontade da esposa, comprando o melhor e mais importante casarão daquele povoado. 
E assim, mandou convite a todos para um rico e abundante baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos.

E Sete Saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido. 
E todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa. 
Ela chamou a todos ao centro do salão, ainda com a máscara, os convidados já totalmente bêbados, ela retirou a máscara, revelando-se a todos. 
Os inimigos indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela. 
E no soar de palmas, entraram-se empregados ao salão, carregando enormes barris de óleo. 
E os convidados achando-se que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Sete Saias e seu marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim, de todos os seus inimigos, chegando ao ponto de pedir a sua rica charrete para parar em frente ao casarão e ver seus inimigos se incendiando. 


Suas últimas palavras aos seus inimigos foram: " livrarei vocês dos seus pecados com o fogo!"
Beijando o seu esposo e seguindo a tua viagem. 
Ela morreu com seus 78 anos.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Maria Padilha




MARIA PADILHA - A CORTESÃ QUE SE TORNOU RAINHA

Admirada e prestigiada na Umbanda, Quimbanda e Candomblé, Maria Padilha é sem dúvida a Pomba Gira mais conhecida da religião afro-brasileira. E sua fama se expande para além das fronteiras brasileiras.
Muitas histórias norteiam a sua origem, é conhecida como a Esu-Mulher, o similar feminino de Esu. Como toda Entidade dessa categoria, acredita-se que ela trabalha em sintonia com as energias dos Orisás para ajudar encarnados e desencarnados, a amenizar o sofrimento do seu carma alcançando assim a evolução espiritual.
Maria Padilha assim como muitas outras Pombo Giras é chefe de falange, coordena milhares de espíritos que assim como ela tiveram em suas ultimas vidas momentos de sofrimento e angústia por um amor, recorrendo a maioria delas à magia para alcançarem seus objetivos. As Marias Padilhas são uma legião de muita força mágica e espiritual, aceitando diversos trabalhos de magia e demanda. Possuem muitos aliados espirituais e nunca trabalham sozinhas, sempre estão acompanhadas por outras falanges de Pombo Giras e Esus. As linhas de atuação dessas falanges são as mais diversas, logo, é comum encontrar Entidades com nomes:

* Maria Padilha da Estrada,
* Maria Padilha da Encruzilhada,
* Maria Padilha das 7 Encruzilhadas,
* Maria Padilha do Cabaré,
* Maria Padilha das Portas do Cabaré,
* Maria Padilha da Figueira,
* Maria Padilha do Cruzeiro do Cemitério/ da Calunga/das Almas,
* Maria Padilha do Inferno e etc.

Essas Entidades trabalham com uma energia específica, com um objetivo próprio e peculiar. Cada MARIA PADILHA citada acima é composta de milhares de MARIAS, cada qual com sua história verdadeira ou alegórica, mas com certeza todas vinculadas à líder. Principalmente por ligação cármica.
A postura, a maneira de falar, dançar, vestir tem mais a ver com a conduta dos médiuns do que com as personalidades individuais das Pombas Giras.
É uma Entidade de personalidade amigável, simpática, sensual, comunicativa e reservada. Bebe Champanhe, Licor de Aniz, Martini e outras bebidas doces. Fuma cigarros e cigarrilhas, gosta de joias e acessórios dourados e brilhantes, gosta de trajes de luxo nas cores negro, vermelho, dourado e dependendo da linha de atuação o branco, recebe suas oferendas nos lugares indicados por seus médiuns e por elas quando incorporadas.

Pontos Cantados:

Esú Maria Padilha,
Trabalha na Encruzilhada,
Esú Maria Padilha,
Trabalha na Encruzilhada,
Toma Conta,
Presta conta,
ao romper,
da madrugada,
Toma conta,
Presta conta,
ao romper,
da madrugada,
Pomba-gira, minha comadre,
Me proteja noite e dia,
E é por isso,
que eu confio,
em sua feitiçaria,
Pomba Gira, minha comadre,
Me proteja noite e dia,
E é por isso que eu confio,
em sua feitiçaria.
*********************************
Com uma rosa e uma cigarrilha,
Maria Padilha já chegou,
E na calunga,
Ela é Rainha,
Ela trabalha com muito amor,
Sete cruzeiros da calunga,
É a morada dessa mulher,
Ela é Maria Padilha,
Rainha do Candomblé…
*********************************
Maria Padilha,
Soberana da estrada,
Rainha da encruzilhada,
E também do Candomblé,
Suprema é uma mulher,
de negro,
Alegria do Terreiro,
Seu feitiço tem axé,
Mas ela é, ela é,
Ela é…Rainha da Encruzilhada e mulher de luz e fé.

Muitas são as versões de histórias contadas sobre a vida de Maria Padilha quando encarnada. Vale ressaltar que como são milhares de mulheres que trabalham nessa falange, cada uma traz seu relato de quando era viva. Maria Helena Farelli em sua obra bibliográfica, após diversas pesquisas de campo, divulgou o que poderia ser a história da Líder dessa enorme falange. Eis parte do conteúdo:

Relatos de Maria Padilha:
"Sou branca, não negra, como os Orixás a quem sirvo. Não vim da Nigéria, nasci na Espanha. Não fui rainha, mas usei coroa; por isso ainda uso; é meu direito. Quem me deu a primeira coroa, feita de ouro, esmeraldas, rubis e opalas foi o meu amor, o rei Dom Pedro I de Castela, a quem o povo espanhol chamou 'o Cruel'.
Fui amante do rei de Espanha no tempo em que lá havia mouros e judeus, lá pelos anos de mil trezentos e pouco. Andei em Andaluzia e reinei em Castela, nos fortes e nos palácios; andei em corridas de touros miuras, vi guapos toureiros, grandes espadachins, belos e magros bailarinos de flamenco, e fui muito amada. Não fui a Rainha, ela se chamava Dona Blanca de Borbon, viera da França e era muito sem-graça. Só a mim o rei amou; por mim gemeu e uivou como um cão sem dono num cais da Espanha mourisca. A meus pés ficou como um crente numa capela. Eu fui a dona do dono da terra Andaluza."
Que Dom Pedro apaixonou-se loucamente por ela e que se amolecia todo em seus braços, está dito no próprio romance espanhol:
" El cruel Pedro llamado,
Casou-se com Dona Blanca,
Fuese para Montalván,
Que alli es barraganado,
Com Dona Maria de Padilha,
Que lo tiene enhechizado".

Padilha com a ajuda de feiticeiros e bruxas realizou muitas magias para manter o amor do rei Dom Pedro. E segundo a própria Padilha, suas maiores bruxarias foram feitas em Elche, a cerca de 30 km a sudoeste de Alicante.
Padilha foi certa vez com seus amigos procurar o local onde, segundo a tradição, havia uma estátua, enterrada séculos antes por magos, e que era dada a feitiços fortes: A Dama de Elche. Sua origem é desconhecida; mas as joias que a cobrem não são de origem grega nem romana, nem vem do reino visigodo: elas vieram de Cartago, no norte da África, região com que a antiga população de Elche tinha contato e cujo rei Aníbal, o Conquistador, andou pelo sul da Espanha. A estatueta, um busto de mulher ligeiramente curvado e com uma incisão aberta nas costas, usando grandes argolas nas orelhas, foi um antigo objeto de adoração. Depois de tanto tempo enterrada, chegara a hora de seu feitiço tão antigo ser usado pela amante do rei. Assim contou Padilha:
"Com sete espadas encantadas e um punhal de ouro, fechei meu corpo em Elche. A Dama me olhava. O Céu ficou todo negro. Relâmpagos cruzaram os céus na hora mágica desse rito antigo. Meus sacerdotes de magia negra usavam capuzes. Meu bobo da corte também estava lá, como a vítima sacrificial de um rito pré-histórico; ele trabalhou na magia com sua força, que é
a dos feios, solitários e ridicularizados. Havia ainda um bode negro, com os chifres enfeitados de flores, semelhantes aos belos bodes de Sabá pintados mais tarde por Goya; era o símbolo do Diabo, o portador do mal, ligado aos bobos e aos anômalos; era o centro da cerimônia. Também havia um caduceu, o bastão do poder mágico, o eixo do mundo, com as duas serpentes entrelaçadas e um capacete com pequenas asas no alto. O sacerdote invocou os deuses planetários: Shamash, o deus Sol; Sin, a Lua; Marduk, de Júpiter; Ninib, o Tempo; Nergal, a Guerra. E desde então meu corpo ficou fechado. Voei em um dragão coroado, ígneo, que vence tudo."
Padilha também aprendeu feitiços nos sabás das bruxas. Talvez a mais importante feitiçaria ligada a Padilha seja a que fez com que D. Pedro abandonasse a esposa. Uma lenda andaluza, inscrita em uma fonte de água, conta essa história.
Em resumo, Padilha furtou de uma igreja, um cinto que acreditava ter pertencido a um santo, sendo um objeto de culto. Com a ajuda de um feiticeiro Padilha enfeitiçou o cinto, e sabendo que Dona Blanca, Rainha e esposa de Dom Pedro, havia o presenteado com um cinto de ouro, trocou pelo cinto enfeitiçado. Na noite de núpcias, o rei usando o cinto presenteado, sob a presença de um bispo inquisidor e de um franciscano velho, o cinto se moveu, sibilou e transformou-se em uma cobra, pronta para morder o rei. Em meio a esse fato, Dona Blanca foi abandonada pelo Rei e condenada a morte pela igreja por bruxaria.
As histórias de desamor e matrimônio que uniram uma rainha, um rei e sua amante bruxa, contada pelos trovadores por toda a Ibéria, reforçaram o poder do mito de Padilha. Vindos da Espanha, trazidas pelas canções dos trovadores, a história dessa "mala mujer" penetrou em Portugal e lá fez tradição entre as feiticeiras. Na Lisboa setecentista, as bruxas usavam sortilégios de que Padilha participava em espírito.
Apesar das perseguições, a admiração das rezadeiras pela alma de Padilha só fez crescer. Para ela fizeram seus conjuros e suas invocações fortes. Muitas destas condenadas, foram deportadas para o Brasil, naquela época terra de degredados, de índios não-cristãos, de ciganos e de protestantes em busca de riqueza nesta terra de Arabutã, de pau-brasil, de Vera Cruz, de Santa Cruz; foram viver em Pernambuco, terra para onde eram
mandados os que não eram aceitos na sociedade cristã lisboeta, com batinas por toda parte e com batinas no poder.
Assim, Padilha não veio da África como pomba-gira; não veio com os negros e seus orixás. Ela veio com o colono português e suas lendas, com as portuguesas supersticiosas e seus amores doentios. Veio no meio dos baús de madeira, das velas de sebo de Holanda, junto com bentinhos, escapulários, rosários, lobisomens e mulas-sem-cabeça. Foi no Brasil que ela se misturou com os ritos de origem africana; primeiro nos catimbós do Nordeste, depois nos cultos de Angola, na umbanda e na quimbanda do Rio de Janeiro. Essa combinação das duas tradições explica a sua importância. É por isso que Padilha tornou-se a mais famosa, a rainha, a mulher de Lúcifer.
Sua primeira manifestação na nova terra foi quando "baixou" em um toré. Foi em uma quarta-feira, dia de reunião do toré, que uma mestra balbuciou algo em língua estrangeira e começou a gargalhar. Quem chegara não fora um espírito juremado nem uma mestra Flor; era um espírito desconhecido. Não tinha sangue de índio (sangue "reá"), mas era rainha. Não vinha das aldeias de Laje Grande, Barros de Tauá, Jurema, Pedra Branca ou Urubá, mas sim do estrangeiro. Não quis vela, preferiu cigarro; e pegou firme no médium. Seu nome, disse entre risos: Maria Padilha, e disse que não vinha para ficar, mas estava só de passagem.
De outra vez, ela foi vista na marujada, onde cristãos e mouros guerreavam igualzinho como faziam em sua Castela. E dançou dando risadas tão fortes que a banda parou. Um sacristão se benzeu: aquilo era arte do Tinhoso, era sim... Padilha passou deixando um rastro de perfume que encantou a moçada, fazendo a festa ficar mais quente. Nunca uma marujada teve tantos beijos, chupões, mordidas e promessas de paixão. Até moça fugiu de casa, contam os marujos.
Na noite seguinte, metida em saias engomadas, Padilha "acostou" em uma festa afro-brasileira, o maracatu, um cortejo de influência africana, com estreita ligação com os terreiros nagôs. Ali havia a presença de um rei e de uma rainha, a figura dominante da festa; e disso Padilha entendia bem.
Entrando pela cabeça da Rainha do cortejo, Padilha rebolou a noite toda. Na figura da boneca que vinha na frente do cortejo, reconheceu feitiços de seu tempo na Terra. E riu sua risada diabólica, soltou tanto veneno que o cortejo virou a noite na vadiação. A “Nação Leão Coroado" parou assustado ao ver passar o cortejo onde Padilha bailava solta, nuvem de fumaça da fogueira dos infernos, dama do pé de cabra espanhola, sambando na corte de um antigo rei negro. Os caboclos de lança africanos, segundo consta, brincam atuados, a reconheceram e gritaram em coro:
- Viva Esu, viva a mulher de Esu!
E perguntaram:
- Qual é seu nome, dona da festa?
Ela respondeu:
Sou a rainha Maria Padilha e vim para festejar...
No antigo cortejo nigeriano em louvor a Osum chegara mais uma Legbara, branca, diferente, a mais quente de todas. Estava formando o elo entre a macumba brasileira e o mito ibérico da grande amante feiticeira andaluza.
E Padilha ficou no Nordeste. Já no séc. XVIII, no tempo em que feitiço era coisa muito escondida no Brasil.
Do nordeste, o culto de Padilha foi levado para os terreiros do Rio de Janeiro e Salvador, fazendo assim, seu nome crescer e se perpetuar por toda a Umbanda e Candomblé.