quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Adjá

 
 O Adjá e sua função dentro do Rito Afro

Instrumento Sagrado e sem substituição nos rituais de Candomblé , o Adjá é uma sineta de metal, feito com Bronze ou metal Dourada ou simplesmente Prateado.
Nas casas de Santo e nos Terreiros vemos muito o adjá sendo utilizado pelos pais e mães do Asé ou Ekedis.
O adjá pode ser composto com duas ou três "câmpulas" enquanto são tocados para os Orixás. Só o babalorixá, Ekedis e os pais e mães pequenos(a) podem manusear-lo . Instrumento que serve para invocar os Orixás dentro do Candomblé junto com os atabaques.

Todos os Orixás respondem o adjá desde Exu a Oxalá.
 
 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Tata Caveira - História de vida

 


Como entidade, o Chefe-de-falange Tatá Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Tatá é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.No entanto, Tatá Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.
Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Tatá Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.
No entanto, uma vez amigo de Tatá Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.


Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio". Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.
Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.
O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.
A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo. 
Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.
Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.
Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo.


Sete Saias


Para os filhos, que ela trata com absoluto respeito, amor e carinho, Sete Saias é, Mãe! Acreditem! É a mais doce das mães carnais, que qualquer filho poderia ter, se comparado a uma.
Conselheira, terapeuta, psicóloga, amiga e mãe. Estas descrições talvez consigam permear o todo, chamado Sete Saias. 
Os hábitos comuns de uma pomba-gira em terra, são ultrapassados por ela. O que se sente quando ela está no plano terreno é paz! Uma segurança incomensurável, uma doçura debochada como a de uma menina mulher. Ela é absolutamente fiel ao que cumpre, ao que acredita, e a tudo aquilo que busca na Terra. Fala o que precisa ser dito! É objetiva nos conselhos que dá e goza de uma paixão pela vida que nos ensina o quanto vale a pena viver como humanos, a cada encontro. Sete Saias não se faz maior ou menor, não rebaixa ninguém, nem valoriza além do que nos cabe. Ela é verdadeira no que faz, no que sente e na forma como se relaciona com seus filhos e clientes. Para todos é sempre a mesma. Não há distinção, partidarismo ou preconceito. É mestra por natureza e humilde, sobretudo quando questionada e não tem resposta certa, vai buscar. Aluna incessante da faculdade da vida, um espelho para refletimos sobre nosso crescimento espiritual, sobre quem somos e o que estamos fazendo de nossas vidas. É impossivel não se apaixonar por ela, porque no fundo, todos nós seres humanos buscamos a serenidade e a verdade nas nossas relações interpessoais e isto ela esbanja. Perpicaz, audaciosa, e espontânia, ela é ela, mesmo que isto desagrade às convenções. Seu olhar firme, energia que transborda alegria e amor, um contato que todos deveria fazer, pelo menos uma vez na vida. "Conhecer Sete Saias é descobrir-se um pouco mais, afinal, seu trabalho é este"

domingo, 18 de agosto de 2013

Sete Saias do Oriente - História de vida



A Pomba –Gira Cigana Sete Saias do Oriente é considerada a Deusa do Amor pelo Povo Do Oriente, e a ela que as moças recorrem quando desesperadas por falta de amor. 
“ A lenda conta que a Cigana Sete Saias foi apaixonada por um moço “não cigano” o que seus pais não aceitavam... e proibida de viver este amor parou de comer até vir a falecer. 

Quando seu corpo estava sendo preparado para velar, sua mãe trouxe suas sete saias favoritas e colocou a seus pés para poder rodar e jogar cartas nos caminhos do astral superior. 
A moça chegando ao astral, foi recebida por Santa Sara a qual a designou a proteger e ajudar todas as moças que choravam por seus amores proibidos e impossíveis... É a esta entidade poderosa que as mais serias mandingas de amor são realizadas... e há quem diga que o que a Cigana Sete Saias Une... Ninguém separa!

Esta pomba-gira gosta de receber suas oferendas e presentes nas encruzilhadas de campo e preferencialmente as 18:00 nas sexta-feiras de lua cheia. Nas suas oferendas não pode faltar perfume de flores ou gardênia... sua velas são coloridas quase sempre vermelhas, brancas e Rosas... que são as cores que simbolizam o sexo, o amor e a tranqüilidade nas relações.

Segue uma cantiga:

“Há quem diga que ela vem dos cruzeiros... há quem diga que ela vem do luar... me diga oh meu Deus de onde vem Pomba-Gira Sete Saias e onde ela quer trabalhar!?”

Salve Cigana Sete Saias do Oriente!!!

Rosa Caveira - História de vida

Um dia uma moça me procurou e perguntou meu nome. 
Eu disse: ―Sou Rosa Caveira. 
Ela respondeu: ―Credo! E 
Eu: ―Credo por quê? Qual o motivo? 
―Esquisito…, tornou ela.

                                          
Bom, para quem não me conhece, vou explicar esse nome.

Sou Rosa Caveira.
Trabalho pela Rosa do Amor da Vida, trazendo a Caveira da Morte para tudo aquilo que pretenda matar o Amor.
Não sou dona da Rosa e nem da Caveira. Sou apenas filha e servidora, por devoção. Do meu jeito, do jeito que posso.


A Rosa é símbolo da Mãe da Compaixão.

A Caveira é símbolo do Pai da Vida.


A Rosa é o Amor Divino que não morre nunca.

A Caveira só mostra e recolhe o que não pertence ao Amor, para restaurar a Vida. Pois sem Amor não há Vida.


Trago a Rosa para dar Vida a quem desaprendeu a amar.

Trago a Caveira para recolher o sentimento de amor que secou no coração humano.


Se você olha para uma rosa, nem sempre lembra que a raiz dela está na terra. E a terra precisa de qualidade para manter essa vida. O que sustenta a flor não é visível ao olho comum. E o que pode estar matando a flor também não.

Quem secou por dentro do coração deixou de viver. Ninguém vê, mas está acontecendo. Então eu trago a Caveira para recolher essa dor, essa “morte em vida”. E trago a Rosa para renascer aquele coração.

Sou Rosa Caveira. E só. Ajudo como posso, para que mais e mais corações estejam vivos. E para que todos compreendam que Morte é renascimento, e nunca é fim.
O tecido que adoece precisa ser removido, para que um novo surja e o todo se mantenha vivo. Tudo trabalha para que o Amor permaneça, pois Ele é Fonte de Vida.


Nenhuma dor vem sozinha. Ela traz consigo a força da reparação.

É isso que faço: trago caminhos de reparação para as dores do coração, para que todos tenham Vida.

Receba da minha Rosa o Amor, a cor, o perfume, a luz. Desperte no seu coração o gosto pela Vida, que nasce alimentado pelo Perdão, pela Compaixão e a Misericórdia de Deus.

Entregue para a minha Caveira tudo aquilo que vem consumindo o seu coração: a mágoa, o ressentimento, a revolta, o desamor, o desespero, a falta de confiança e o desrespeito por si mesmo, os pensamentos de vingança, tudo.

E não queira amarrar ninguém ao seu lado! Porque o Amor não se impõe, Ele só abraça, acarinha e dá Vida. Desista desse crime, porque o Olho que Tudo Vê é também o Pai da Liberdade.

Limpe a taça do seu coração do fel do desejo de posse a qualquer preço. Alimente-o com o Mel da Mãe da Compaixão, para ter também o amparo do Pai da Vida.
Escolha se quer estar vivo ou se pretende ser um morto-vivo.
Sua alma não morrerá nunca. Mas os seus sentimentos podem adoecer e secar. Não permita. Cultive rosas no seu coração e encontrará perfume em todos os caminhos por onde passar.


Aceite a Rosa que lhe ofereço.

A Caveira não lhe posso dar. Sem ela eu não teria como lhe ajudar a se tornar, para todo o sempre, uma filha ou um filho devoto da Rosa Maior.


Aceite a Rosa do Amor e cultive-a no coração. Foi Ela quem me salvou quando eu andava perdida na escuridão, buscando morrer, sem saber que as almas não morrem jamais.


Por isso me tornei uma servidora da Rosa e uma portadora da Caveira.

Esta Caveira só faz por nos lembrar que “morte” é ilusão, pois o que existe é a Eternidade da Vida.


Então, aproveite! Reaqueça seu coração de Amor e viva a Eternidade desde já.


Laroyê Rosa Caveira!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Obí - O fruto imprescindível no Candomblé




O Obi que é um fruto africano de uso imprescindível no Candomblé, sem ele nenhuma obrigação é feita.
Para que a obrigação, ou outro rito prossiga com aceitação dos Òrísás é necessário uma resposta positiva a ser dada através do Obi.
Ele deve ser jogado antes da obrigação para saber se o ritual pode ser realizado e depois de feito para saber se foi aceito.

O fruto utilizado deve ser o que possui quatro gomos, chamado de Obi Abatá, sua divisão deve ser natural, ou seja é proibido o uso de faca ou qualquer material cortante, para dividi-lo em quatro partes, se naturalmente ele só contiver duas partes.
As duas metades correspondem a dois casais, caso o Obi contenha mais de quatro partes, o excedente deve ser retirado, para que somente as quatro permaneçam.
O local onde o Obi será lançado deve ser plano, no chão ou sobre um prato branco, onde fundamentalmente contenha água.
As partes são lançadas simultaneamente, sem manipulação ou lançamento individual.
Uma exceção deve ser feita no uso do Obi como jogo, para o Òrìsá Sàngó deve ser utilizado Orogbò em substituição ao Obi.
O fruto dessa árvore tem uma dimensão tão importante no Candomblé que sua utilização vai desde os rituais de iniciação até a consulta, por meio das suas sementes, para saber se determinada oferenda agrada aos Òrísás.

Fruto do corpo e do espírito
O Obi é uma planta africana que, como muitas outras, veio para o Brasil por necessidades do culto. É consagrado a Òsáàlá. Saber a quem ele é dedicado já é uma pista para conhecer sua função, não só ritualística – iniciação e adivinhação – mas também medicinal. Na indicação popular ele é tido como estimulante físico e de fertilidade.

Dentre as espécies catalogadas, encontra-se o obi, cujo nome científico é Cola acuminata. “O obi tem como princípio ativo a cafeína. O teor dessa substância varia muito. Daí por que ele é usado em processo de iniciação, quando se dá uma importância grande aos conhecimentos traduzidos de forma oral ao qual é necessário manter-se atento, em vigília”.
 A massinha branca que reveste a semente do obi é rica em açúcares. “Esse tipo de experiência nos mostrou o quanto há de sabedoria nesse conhecimento dos terreiros.

Obi, obi d’água ou simplesmente obi. Todos estes nomes referem-se à mesma obrigação, voltada exclusivamente a confortar uma pessoa em um caso de doença, desemprego, distúrbios nervosos, ou até mesmo para um iniciado dentro dos preceitos do "Asè Òrìsá", quando por um motivo ou outro, o mesmo não pode passar por um bori. Esta obrigação tem seu nome em referência a uma fruta africana, o obi, sem a qual nada podemos realizar para os òrìsás, no tangente a sacrifícios, uma vez que é com ela que conversamos com nossos antepassados para sabermos se aquele santo está satisfeito com a obrigação, etc.

A NOZ DE COLA

0BÌ FRUTO DE UMA PALMEIRA AFRICANA (COLA ACUMINATA, SCHOTT. & ENDL. – STER-CULIACEAE) ACLIMATADA NO BRASIL. INDISPENSÁVEL NO CULTO DOS ORISÁ, ONDE SERVE DE OFERENDA PARA OS ÒRÌSÀ E É USADO NAS PRÁTICAS DIVINATÓRIAS SIMPLES, SEPARADO PELAS MÃOS EM PEDAÇOS.
O BROTO DO OBÌ: TIRA-SE PARA IMOBILIZAR A GERMINAÇÃO. PARA UM OBÌ GERMINAR É PRECISO DE TODAS AS SUAS PARTES. SE ISTO É OBSTRUÍDO, É NECESSÁRIO NÃO DEIXAR OS GOMOS EM INCUBAÇÃO. UM GOMO ESTÁ SEPARADO DO CONJUNTO. SERIA MAIS OU MENOS UM PADECIMENTO. POR ISTO QUE DIZEMOS: PA OBÌ,  (MATAR O OBI).

A palavra “obi”, se refere à noz de cola fresca nativo da África, especificamente o OBI ABATA. Varia de branco, a escuridão vermelho, em cor.
Embora possam ser usadas outras configurações do Obi de vários modos, são os quatro lóbulos de Obi, também conhecido como Iya Obi (A Mãe Obi).
 
DIFERENTES TIPOS DE NOZES DE COLA
1. Obì – Noz de cola Acuminata. Obì e água (obì omi tùtu) são oferendas primordiais nos cultos afro-descendentes.

2. Obì àbátá ifin – Obi 4 partes branco - Oferenda exclusiva de Obatalá.

3. Obì abatá pupa – Obi vermelho. Serve de oferenda para qualquer ebora que não seja fun-fun, inclusive para Orí e Egun.

4. Obì edun = obì àáyá – (Cola Caricofolia– Sterculiáceae) – Cola de macaco Possui o fruto vermelho e brilhante. É comestível. - Desconhecido o uso ritualístico.

5. Obì àbàtà = obì gidi – (Cola Acuminata – Sterculiáceae) – Este é um tipo de nóz de cola vermelha que pode possuir de quatro a seis cotilenóides (awé). Típico para oferenda para qualquer Ebora.

6. Àjoòpa é uma nóz de cola doce e vermelha, grande e de qualidade superior.

7. Obì ifin = O mesmo àjoòpa, só que de cor branca. - Oferendado a Obatalá - Muitas vezes é dado como um presente ou como parte de um presente a uma pessoa importante.

8. Gbánjà = górò = awé méji. – (Cola Nitida – Sterculiáceae) – É vermelho e possui apenas dois segmentos como indica um de seus nomes (awé méji). Contém muita cafeína e por este motivo, se comido à noite, provoca insônia. A cafeína age como estimulante e excitante muscular. Combate a depressão e a hipertensão e sua ação rápida é também de curto efeito. Não serve de oferenda Òrìsá.


LENDA DO OBI  (NOZ DE COLA)

"Era uma vez um belo rapaz, forte e saudável, cujo nome era Obi, seu trabalho era levar os recados dos homens, para os Òrìsás. Toda vez que um homem precisava fazer uma oferenda a uma divindade, ele deveria falar no ouvido de Obi todas as suas orações, pedidos e lamentações, e este, por sua vez, transmitiria os recados e traria uma resposta daquela divindade.
Com o tempo, Obi passou a ser mais requisitado pelos seus trabalhos, pois com sua ajuda tudo se tornara mais fácil, a resposta era imediata. Isso foi fazendo com que Obi ficasse muito orgulhoso e envaidecido, passando a cobrar preços cada vez mais altos pelos seus serviços, acumulando assim, muitas riquezas.
Obi sentia-se livre para agir desta forma, andava pelas ruas sem falsa modéstia, dizendo o quanto as pessoas precisavam de seus favores. O tempo foi passando e a situação chegou a tal ponto, que Exu ficou incomodado com as atitudes de Obi. Esù, que caminha entre o céu e a terra com muita facilidade, foi falar com Olodùmàré (o Deus Supremo), relatando tudo o que estava acontecendo na terra, especialmente o comportamento de Obi.
Olodùmàré ficou muito triste com o que Obi estava fazendo e tomou uma decisão, ir pessoalmente a casa de Obi, falar com ele, e ver quais seriam seus argumentos. O Deus Supremo, que nunca havia saído do céu anteriormente, seguiu em direção a casa de Obi, lá chegando, bateu na porta, e Obi foi atender, sem imaginar quem poderia estar do lado de fora, ao abrir a porta, tão grande foi seu susto, que caiu de costas no chão imobilizado, foi quando Olodùmàré disse a ele:
"Tanto foi o teu orgulho e vaidade que vim pessoalmente a sua casa para falar de minha tristeza, como reparação de seus erros, a partir de hoje nunca mais falará de pé, toda vez alguém precisar de teu trabalho é no chão que deverá te invocar, esse será o teu castigo para sempre".
E até hoje é assim que consultamos Obi, no chão. Sabemos toda lenda serve para nos transmitir uma mensagem filosófica.

Outro Ìtán:
"Olodùmàré chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.
Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Òrìsá e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.
É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
Quando Olodùmàré descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esù era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.
Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Após isso, Ele foi para fora, mantendo suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Aiye pegou-as e as levou para Olodùmàré, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
Foram então até Olodùmàré para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por quatorze dias.
Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
Ela esperou mais quatorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olodùmàré e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido crú sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olodùmàré também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodùmàré e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Òrìsá-Nlá.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada."

Em terra yorubás,é costume oferecer OBI a alguém em sinal de cortesia, de amizade, de cordialidade... Repartido, constitui um pacto de lealdade e de comunhão entre as partes.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Adura Orogbo



bábá órúgbó
bábá ójúgbó
bábá ájánágbó tíjé tíjé
adífá fun igún omo
aláran báwôngbó de êfón
orógbó kangçrç nífë
orógbó kángërë
ômô aláran báwôngbó de ëfõn
orófbó kangërë nife
orógbó kangërë
orófbó kangërë nife
orógbó kangërë
orogbo ômô olójón gbóloro
lákô lákô lanbórogbo
lákô lákô lánbekun
ódúmáré máje kíasékú layé o

áse édúmáré  

Não é tão importante quanto o Obi no culto aos Orisa, porém, é muito utilizado porque é uma semente que tem uma ligação mais forte com Sango do que com os outros Orisa. Orogbo, assim como o Obi são sementes que os Orisa usam para se comunicarem.
Pode ser usado para se comunicar com os Orisa para saber se o Orisa aceitou a oferenda ou não. Além disso, como é uma semente que tem a natureza muito forte e tem a ver com “saúde”, quando uma pessoa tem problemas relacionados à saúde, utiliza-se Orogbo a fim de que esta fique forte.
Existe um ditado de Ifa que diz:
 
láko-láko la úm bá orógabó, lódindi, lódindi, la úm bá orógbó
 
(Orogbo tem uma natureza forte, sempre. Está sempre inteiro).

terça-feira, 25 de junho de 2013

Não existe santo errado - Palavras sabias do Babalorisa Kleber Ti Ogun

Não se nasce 2 vezes dentro do orixá 
Não existe santo ERRADO existe santo mal cultuado
A saga dos que nascem de um santo E TOMA 7 ANOS COM OUTRO ..........

Bom primeiramente quando Você joga seus búzios sabe qual orixá de rege!
De repente se organiza para se iniciar e quando ve ja esta numa casa de Asé para se iniciar e quando seu babá ou yá esta com Você ali no apere ou APOTÍ como preferirem seu santo se manifesta aceitando assim a iniciação e sem reclamar ou gesticular nada .....
Pois bem passa 1 mes , ano , 2 anos e de repente vem aquela velha frase: "AH MEU SANTO TA ERRADO MINHA VIDA NÃO ANDA!" PÉRA LÁ, por que então nos atos iniciatórios o orixá então que Você julga ser seu de verdade não disse não , e por que não recusou a iniciação ja que esta Errado então sempre que chega alguém por exemplo aqui em casa feito Adoxado com orunkó não se troca o santo isto não existe se nasceu de Ogum vai morrer de ogum não muda nunca mais então esta história de Nascer 2 vezes ou tomar 7 anos com outro santo que foi feito sem CHANCE.
O que da para fazer em alguns casos e simplesmente acertar os enredos Para que aquele orixá seja acertado em matéria de caminhos sem alterá-lo Pois como eu disse feito 1 vez feito para sempre e ai e uma questão de o Babá ou yá no caso ter fundamento e iniciar o que é certo mas feito 1 vez
NÃO EXISTE ESTA COISA DE SANTO ERRADO O QUE PODE TER É SANTO MAL CULTUADO ,sim pode -se dizer sem medo por que e no culto que você presta a seu orixá que vira a evolução dos caminhos de vida e lembrando 
quando se trata de caminho de orixá esqueça da sua vida Pessoal e se focar no axé que o orixá lhe da só assim as coisas vão Ordenadamente por e como eu falo ja PENSOU SE O ORIXÁ EXIGISSE O QUE ELES MERECEM DE DIREITO DOS SERES HUMANOS SERÁ QUE CONSEGUIRIAMOS PAGAR ,AGRADAR então e pra se pensar e então Respondendo a todos meus irmãos que de asé Não se nasce 2 vezes e Não Se nasce de 1 santo e toma 7 anos com outro ou vira salão de festas Sua Cabeça o FAMOSO AXÉ COLCHA DE RETALHOS vai emendando cada Hora um babá e uma yá mexe na sua vida e na sua cabeça axé a todos !!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Folhas Litúrgicas

Èsù 
Odun-dun = Folha-da-costa 
Teté = Bredo sem espinhos 
Orim-rim = Alfavaquinha 
Pepé = Malmequer bravo 
Labre = Tiririca 
Kanan-kanan = Folha de bobó 
Kan-kan = Cansanção de porco 
Inã = Cansanção branco de leite 
Aberê = Picão-da-praia, carrapicho-de-agulha

Ogún 
Mariwô = Folha de palmeira de dendê 
Ìróko = Folha-de-loko 
Pepé = Malmequer bravo 
Teterégún = Canela-de-macaco 
Monam = Parietária 
Aferê = Mutamba 
Piperégún = Nativo 
Obô = Rama de leite 
Eregê = Erva-tostão, graminha 
Ibin = Folha-de-bicho 
Afoman = Erva-de-passarinho 
Omun = Bredo
Orin-rin = Alfavaquinha 
Odun-dun = Folha-da-costa (saião) 
Teté = Bredo sem espinhos 
Já = Capeba 
Anó-peipa = Cipó-chumbo

Osóosi 
Teté - Bredo sem espinhos 
Orin-rin - Alfavaquinha 
Odun-dun - Folha-da-costa 
Jacomijé - Jarrinha 
Irekê-omin - Dandá do brejo
Piperégún - Nativo
Junçá - Espada de Ògún 
Iróko - Folha de loko 
Mariwô - Folha de dendezêiro 
Irum-perlêmin - Capim cabeludo 
Akoko Fitiba - Cana-fita 
Monam - Parietária 

Òsányín 
Ganucô - Língua de galinha 
Obô - Rama de leite 
Aferé - Mutamba 
Tolu-tolu - Papinho-de-peru 
Monam - Parietária
Jamin - Cajá 
Bala - Taioba 
Teterégún - Canela-de-macaco 
Timim - Folha de neve branca, cana-do-brejo 
Pepé - Malmequer bravo 
Mariwô - Folha de dendezeiro 
Awô-pupa - Cipó-chumbo 
Junçá - Espada de Ògún 
Piperégún - Nativo 
Arê-agê - Tostão 
Simim-simim - Vassourinha 
Afoman - Erva-de-passarinho 
Omim - Alfavaquinha 
Teté - Bredo sem espinho 
Odum-dum - Folha-da-Costa 

ÒSÙMÀRÈ 
Ìróko - Folha de Ìróko 
Monan - Parietária, brotozinho 
Bala - Taioba 
Jamin - Cajá 
Aberê-ejó - Pente de Òsúmarè 
Aferê - Mutamba 
Obô - Rama de leite 
Exibatá - Golfo redondo do monam 
Jacomijé - Jarrinha 
Tinim - Folha da neve branca, cana-de-brejo 
Peculé - Mariazinha
Tolu-tolu - Papinho-de-peru

SÒNGÓ 
Teté - Bredo sem espinhos 
Orin-rin - Alfavaquinha 
Odum-dum - Folha da costa 
Jacomijé - Jarrinha 
Bamba - Folha de mibamba 
Alapá - Folha de capitão 
Pepê - Folha de loko 
Oicô - Folha de caruru 
Xerê-obá - Chocalho de xangô 
Oxé-obá - Birreiro 
Monan - Parietária 
Aferé - Mutamba 
Obô - Rama de Leite 
Odidí - Bico-de-papagaio 
Obaya - Beti-cheiroso - macho ou fêmea

OYA 
Teté - Bredo sem espinho 
Orim-rim - Alfavaquinha 
Odum-dum - Folha-da-costa 
Jacomijé - Jarrinha 
Afomam - Erva-de-passarinho 
Abauba - Folha de imbaúba 
Tepola - Pega pinto 
Eregê - Erva-tostão 
Já - Capeba 
Obayá - Beti-cheiroso 
Piperégún - Nativo 
Ìróko - Folha de loko
Pepé - Malmequer 
Teterégún - Canela-de-macaco 
Junça - Espada de Ògún 
Adimum-ade-run - Folha de fogo 
Obe-cemi-oia - Espada de Oyámésèèsán rosa 
Monan - Parietária 
Bala - Taioba 
Jamim - Cajá 
Aferé - Mutamba 
Gunoco - Língua-de-galinha 
Obô - Rama de leite

ÒSUN 
Teté - Bredo sem espinhos 
Orim-rim - Alfavaquinha 
Odum-dum - Folha da costa 
Efim - Malva branca 
Omim - Beldroega 
Já - Capeba 
Ìróko - Folha de loko 
Pepe - Malmequer branco 
Teterégún - Canela de macaco 
Monan - Parietária 
Jamin - Cajá 
Tolu-tolu - Papinho de peru 
Aferé - Mutamba 
Eim-dum-dum - Folha da fortuna 
Obô - Rama de leite 
Omin-ojú - Golfo branco 
Ilerin - Folha de vintém 

YEMONJA 
Teté - Bredo sem espinhos 
Orim-rim - Alfavaquinha 
Odum-dum - Folha da costa 
Efim - Malva branca 
Omin-ojú - Golfo branco 
Jacomijé - Jarrinha 
Ibin - Folha de bicho 
Já - Capeba 
Obaya - Beti-cheiroso 
Ìróko - Folha de loko 
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo 
Ereximominpala - Golfo de baronesa 
Teterégún - Canela de macaco 
Monam - Parietária 
Jamim - Cajá 
Obô - Rama de leite 

OBÀLÚWÀIYÉ 
Monam Parietária - brotozinho 
Bala - Taioba 
Jamim - Cajá 
Aferé - Mutamba 
Obó - Rama de leite 
Exibatá - Ovo redondo de monãn
Jakomijé - Jarrinha 
Afoxian - Erva de passarinho 
Já - Capeba 
Turin - Folha de neve branca 
Pekulé - Mariazinha 
Tolu-tolu - Papinho de peru

ÒÒSÀÀLÀ 
Teté - Bredo sem espinhos 
Orim-rim - Alfavaquinha 
Odum-dum - Folha-da-costa 
Ibim - Folha de bicho 
Efim - Malva branca 
Ilerim - Folha de vintém 
Omim - Beldroega 
Omim-ojú - Golfo branco 
Jacomijé - Jarrinha 
Tinin - Folha de neve branca, cana-do-brejo 
Pachorô - Folha da costa branca 
Monam - Parietária 
Peculé - Parioba 
Bala - Taioba 
Jamim - Cajá 
Ori-dum-dum - Folha da fortuna 
Aferê - Mutamba 
Obô - Rama de leite 
Omim-ibá-ojú - Folha de leite