terça-feira, 25 de março de 2014

O Bori

O BORI é o ritual que harmoniza o ORI, dando assim a possibilidade de transformar um " ORI BURUKU" em "ORI RERE". É através do Jogo de Búzios que o Babaloorisá recebe as instruções para realizar este ato (BORI) ritualístico que possibilitará não só a mudança da sorte como também a manutenção da mesma, para que não se a perca. É o BORI que diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza trazendo a esperança, alegria e a harmonia. Desta forma, o BORI é uma das oferendas mais importantes que visa o bem estar individual no Candomblé. O Ritual de Bori é muito sério, complexo e profundo. Por isso, o sacerdote deve ter grande conhecimento e respeito em relação à questão do Ori e da evolução humana. Ori é o Orisá mais importante na vida de um homem, uma vez que, sem ele, o homem simplesmente não existiria. Ori significa, literalmente, cabeça e é, misticamente, o primeiro Orisá a ser cultuado. É ele o portador do destino humano. O Ritual de Bori independe de qualquer processo iniciático e independe do culto aos outros Orisás. (Variando assim de casa para casa, mas, sem fugir da finalidade em si) Seu objetivo é o de alimentar o Ori, seja qual for o sexo, raça, profissão, idade, nível social da pessoa. Com este ritual busca-se o equilíbrio através da ação do Ori, condutor do destino pessoal. Muitas vezes se realiza um Ritual de Bori com o objetivo de afastar o mal do caminho da pessoa, o que não significa que, retirada esta ameaça nenhum outro mal possa ocorrer. Assim sendo, o Ritual de Bori não tem "prazo de validade", não tem frequência determinada (anual, semestral, mensal, etc.), devendo ser repetido sempre que se mostre necessário. O Odu manifestado através do" jogo" é que determina a necessidade de realização do Bori e indica quais materiais devem ser usados. Há dois tipos de Bori: Aquele que é considerado pré-requisito para uma iniciação, ou seja, primeiramente se alimenta o Ori, divindade pessoal, para a seguir alimentar outros Orixás. 2) Aquele realizado a fim de buscar a solução de um problema que aflige a pessoa através do alimento oferecido ao seu Ori, sem que haja necessidade de iniciação. O local mais apropriado para realização deste Ritual é a casa do sacerdote. Este deve Ter bom senso quanto a necessidade de recolhimento. Se o Bori for acompanhado de Eje, é recomendável o recolhimento como meio de repouso e proteção, pois o Ori que está sendo venerado não deve receber energia do sol nem do sereno. O recolhimento evita, ainda, que a "sombra daquele que passou pelo Bori seja pisada. "O sacerdote deve saber que durante este Ritual a pessoa somente poderá entrar em transe no momento que seu Orisá for louvado. Deve conhecer a finalidade e o significado de cada material que usa. Omi e Obi, por exemplo, são elementos indispensáveis no BORI. Omi, a água, representa paz, abundância e fertilidade enquanto o Obi é usado para aplacar a fúria das adversidades, alimentar e agradar as divindades. O jogo DE Búzios determinará, através de Odu, que material deve ser usado no Bori e este material poderá ser desde apenas um copo d’água e um Obi até uma oferenda bem grande. ORI RERE = ORI de sorte = Cabeça de sorte, cabeça iluminada. ORI BURUKU = ORI sem sorte = Cabeça sem sorte, confusa, insegura… ORI INU = "Cabeça Interna" É o ORI NU que gerencia a cabeça física do homem. É o oriSá mais importante do ser humano, pois ele é ÚNICO, cada pessoa tem o seu. É Ele quem conhece e está ligado ao destino de cada indivíduo, conhece e sabe das suas restrições, das suas fragilidades, das suas potencialidades. É no ORI que se encontra a ferramenta para a solução dos nossos problemas… Quando estamos em harmonia com ele, superamos os obstáculos mais facilmente e assim, certamente conectados à positividade interna e à dinâmica perfeita da natureza, encontramos a vitória e o sucesso na consecução dos nossos objetivos pessoais. Baba Lokanfu, Toluaye.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Itan de Osun Apara - Porque veste vermelho


Oxum Apará tem inveja de Oyá
Vivia Oxum no palácio em Ijimu, passava os dias no seu quarto olhando seus espelhos, eram conchas polidas onde apreciava sua imagem bela.
Um dia saiu Oxum do quarto e deixou a porta aberta, sua irmã Oyá entrou no aposento, extasiou-se com aquele mundo de espelhos, viu-se neles.
As conchas fizeram espantosa revelação a Oyá, ela era linda! A mais bela! A mais bonita de todas as mulheres! Oyá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, Oyá se encantou, mas também se assustou: era ela mais bonita que Oxum, a Bela.
Tão feliz ficou que contou do seu achado a todo mundo, e Oxum Apará remoeu amarga inveja, já não era a mais bonita das mulheres, vingou-se.
Um dia foi à casa de Egungun e lhe roubou o espelho, o espelho que só mostra a morte, a imagem horrível de tudo o que é feio, pôs o espelho do Espectro no quarto de Oyá e esperou, Oyá entrou no quarto, deu-se conta do objecto, Oxum trancou Oyá pelo lado de fora, Oyá olhou no espelho e se desesperou.
Tentou fugir, impossível, estava presa com sua terrível imagem, correu pelo quarto em desespero, atirou-se no chão, bateu a cabeça nas paredes, não logrou escapar nem do quarto nem da visão tenebrosa da feiura. Oyá enlouqueceu, Oyá deixou este mundo.
Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oyá em orixá. Decidiu que a imagem de Oyá nunca seria esquecida por Oxum. Obatalá condenou Apará a se vestir para sempre com as cores usadas por Oyá, levando nas jóias e nas armas de guerreira o mesmo metal empregado pela irmã.

A Ekedji - Yemonjá faz nascer a primeira Ekedji



A ekedji 
E NASCE A PRIMEIRA EKEDJI DO MUNDO 

SURGE A PRIMEIRA EKEDJI atendendo a pedidos destas grandes 
Mães .

Olissá criou a angola ( ETÚ ) , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou.

Yemonjá pegou então a angola que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao.

Até que um dia Yemonjá resolveu fazer em sua mucama e assim foi criado o primeiro Yáwô que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza.

Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros Orisás fariam o mesmo Yemonjá resolveu fazer uma reunião e consultou Orunmilá que convidou todos os Orisás .

Chegando a reunião Orunmilá ordenou que cada orisá escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote daquele orisá e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam varios yáwôs e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com Orisá quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles Orisás quando viessem no ori dos Yáwôs .

Assim surgiu a primeira ekedji do ventre de uma mucama de Yemonjá

( Oyê de extrema importância a nos de candomblé )
A pedidos de várias mães sim ekedji também e mãe ai está

A palavra “ajoié” é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.
Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa “mãe que o orixá escolheu e confirmou”....yarobá já é um termo usado somente no asé Gantois para a ajoie [ekedi]

Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de “mãe”, por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.
Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.

A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.
Mas, a tarefa de uma ajoié não se restringe apenas a cuidar dos orixás, roupas e outras coisas. Uma ajoié também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.

segunda-feira, 17 de março de 2014

ORIKÍ DOS ÁBÍKÚS


UN O PE ERE LORUKO
PE KAGBO
OLUGBÓ ROJU
IRAWE IGBÉ
ÓSUN GBÉDÉ ETI ODO
ARI ESÚ GBAJA
A JIMU ORI NI PÉPÈ
A JIMU ÓKA NI OÓJÒ
IYA DE ÉRAN SU WA
IYA LO NJÉ ASÁN
ÉNI JÉ KO GBÓDÓ GBIN
ÉNI JÉ KO GBÓDÓ WI
ÓMÓ LOSUN
ÓMÓ NIDE
ÓMÓ NIKÉ
ÓMÓ NI MAA SIN

TRADUÇÃO
VOU CHAMAR SEU NOME
CHAMAR PARA SER OUVIDO
NÃO EXISTE MULHER QUE NÃO PERCA UM FILHO E NÃO FIQUE TRISTE.
FOLHA SECA DO MATO, AOS POUCOS VAI ENCHENDO A BEIRA DO RIO
VOCÊ VIU ÉSÚ E ESTÁ FAZENDO O QUE ÉSÚ PODE FAZER
NÃO EXISTE ESCONDERIJO QUE ELES NÃO DESCUBRAM (OU NÃO EXISTE LUGAR QUE SE GUARDEALGO QUE ELES NÃO VEJAM)
VOCÊ RECOLHE O MILHO LOGO CEDO
QUANDO A MÃE CHEGA JÁ ESTÃO ENJOADOS DE COMER CARNE
A MÃE QUE COME SEM CARNE
QUEM COMER NÃO PODE FAZER BARULHO
QUEM COMER NÃO PODERÁ ENGOLIR
QUEM CONSEGUIR ENGOLIR NÃO PODERÁ FALAR
O FILHO É COMO O BRILHO PARA A MÃE
FILHO É BRONZE
FILHO MERECE OS CUIDADOS DE TODOS
O FILHO QUE SERÁ CUIDADO