quarta-feira, 18 de junho de 2014

Pombagira Maria Mulambo das Almas - Uma lição de vida única

Ela era filha de um fazendeiro muito rico. Seu pai era tido na época 
como o Rei do Café. Uma moça bonita e prometida em casamento, mas apaixonou-se por um dos peões da fazenda. Amaram-se, entregaram-se e viveram esse amor. Ela fugiu com ele. Seu pai os perseguiu. Mudaram-se muitas vezes, mas não foi possível esconder-se pra sempre. O pai possuía dinheiro e sede de vingança. Contratou capangas, que os acharam... Violentaram-na muitas vezes, mataram o peão vagarosamente e cruelmente na sua frente. Ela estava grávida e perdeu o filho. Acordou horas depois em um cemitério. Pensou em se matar, mas acreditava em Deus e não podia tirar a própria vida. Precisava sobreviver... Procurou emprego, mas não lhe deram. Procurou um prostíbulo, mas não a aceitaram, pois seu estado estava deplorável. Teve que mendigar para comer... Sobreviveu a custa de muita dor e sofrimento, lembrando todos os dias de seu amado e de seu filho. Viveu dez anos dessa maneira... A única coisa de bom que possía eram seus dentes saudáveis que vendeu um a um para sobreviver. Quando já não possuía mais forças para lutar uma senhora bondosa lhe ofereceu abrigo, mas já estava doente, debilitada e enfraquecida. Sobreviveu umas poucas semanas e morreu.
Ao chegar do outro lado foi recebida no Hospital Espiritual de Maria... Viu o trabalho dos socorristas e quis ajudar. Quis entender o que lhe aconteceu. Descobriu que seu pai já havia sido seu marido numa vida anterior e que a mantinha trancada. Não guardou mágoas ou rancor... Apenas quis seguir trabalhando no Plano Espiritual. Pediu a Providência Divina que a aceitasse como falangeira para atender aos mendigos e desvalidos, às mulheres que amaram e sofreram, aos que vivem a dor da solidão. E é assim que ela trabalha...
FRASE DITA POR MARIA MULAMBO: "Nunca diga que pior do que está não pode ficar, porque às vezes piora e não sabemos porquê... Mas, é preciso aceitar o fardo e seguir." 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O significado das quartinhas para o orisá

" O bom Iyawo não deixa a agua de sua quartinha secar "
Quartinha é um pequeno pote, geralmente de barro, no qual se deposita água sagrada, água purificada ao Orisá e fica ao lado do assentamento do Orisá. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a água do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha não seque por completo, pois ela representa um ser vivo e o cuidado que temos com o Orisá.
A quartinha representa a respiração da divindade, então quando a divindade necessita dessa respiração, há o ciclo de evaporação da água através dos poros do barro. Aos Orisás masculinos são oferecidos quartinhas de barro sem alça, aos Orixás femininos são oferecidos quartinhas normalmente de louça ou mesmo de barro com alça.
As quartinhas também são chamadas de Busanguê, Amoré e outros, dependendo da nação. Colocar quartinha de louça aos pés da divindade, não é uma prática do Candomblé antigo, porque na África não se produz louça. Todos os utensílios ligados ao culto das divindades são feitos na sua maioria de barro e quando não são feitos de barro, é usado terracota ou argila.Curti