segunda-feira, 5 de julho de 2021

Cantigas de Sangô

 

Kawô kabiesilê Oba !!! Kawô Kabiesile!!
Oba nise Kawo!!! Kabiesile!


    Àwa dúpé ó oba dodé

    A dúpé ó oba dodé.

    A dupé ni mòn oba e kú alé

    A dupé ni mòn oba e kú alé

    Ó wá , wá nilè

    A dupé ni mòn oba e kú alé


    Fura ti ´ná, Fura ti ´ná e , 

    Fura ti ´ná,

    Àrá lò si sá jó 

    Fura ti ´ná, Fura ti ´ná e , 

    Fura ti ´ná,

    Àrá lò si sá Jô


    Ìbà òrìsà

    Ìbà Onílè

    Onílè mo júbà o

    Ìbà òrìsà , Ìbà Onílè

    Onílè mo júbà o


    Oba nisa elo ke odo

    Oberioman

    Oba nisa elo ke odo

    Oba koso aiô


    Olokum marae

    Aira aira Oba kosó

    Marae

    Aira aira  aira aira Oba kosó


    Aira ke ké soro

    Luani mai man se lê

    Orisa ke fa rewa

    Aira aira ô


    Aira òjo

    Mó péré sè.

    A mó péré sè


    Aira ô lê lê

    Aira ô lê lê


    Firiman firiman

    Firiman abaizo

    Aira aira firiman abaizo


    Sangô kó ekó

    Labawira la izo


    Baba o dupé 

    Baba o dupé

    Sangô mi kaô

    Baba o dupé


    Sàngó dê mariwo

    Sàngó dê mariwo

    Aira aira ô


    Sàngó e pa bi àrá 

    aáyé aáyé 

    Sàngó e pa bi àrá 

    aáyé aáyé


domingo, 30 de maio de 2021

Cantigas de Oya

 

Oyá - Afun lê lê ti aparrei !!! - Eparrei Oya !!!

 

Oyá koro um lê
O gue re gue re
Oyá koro um lá
O ga ra gá
Omobiri salá
Koro um lê
O iyaba koro in lá
 
Ajé mito ti Yao
Ajé mito ti Oya
Aé aé aé
Ajé mito ti Oya
Aé aé aé
Ajé mito ti Oya
 
Oya tete
Oya tete Oya
Oya tete
Oya Tetê
 
Já mi zanza muze o
 
Zamble le zamble le misange
Zamble le zamble le misange
Bela oya
E misange
 
Oya koro
Koro
 
Oya  balè  e  Láárí  ó
Oya balè
Oya  balè  e  Láárí  ó
Oya balè
Àdá  máà  dé  f´àrá
gè  ngbélé
Oya  balè  e  Láárí  ó
 
Ba nia ba da la do iya
O munhanha
 
Ó  ní  lábá-lábá  -  Ó lábá  ó
Ó  ní  lábá-lábá  -  Ó lábá  ó
 
 Olúafééfé   sorí
Omon  
                              
Bela oYa kota meje
Aê siri dandan
 
Bela oYa kota meje
Aê siri dandan
 
So so so egun
Iansan du bó egun
 
Afulele adeo
Afulele
Afulele adeo
Afulele
Oya aba cobelajo afulele
Oya bamba Oya afulele ade

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Ìtán Obi

Ìtán Obi (Noz de Cola)


"Era uma vez um belo rapaz, forte e saudável, cujo nome era Obi, seu trabalho era levar os recados dos homens, para os Òrìsás. Toda vez que um homem precisava fazer uma oferenda a uma divindade, ele deveria falar no ouvido de Obi todas as suas orações, pedidos e lamentações, e este, por sua vez, transmitiria os recados e traria uma resposta daquela divindade.
Com o tempo, Obi passou a ser mais requisitado pelos seus trabalhos, pois com sua ajuda tudo se tornara mais fácil, a resposta era imediata. Isso foi fazendo com que Obi ficasse muito orgulhoso e envaidecido, passando a cobrar preços cada vez mais altos pelos seus serviços, acumulando assim, muitas riquezas.
Obi sentia-se livre para agir desta forma, andava pelas ruas sem falsa modéstia, dizendo o quanto as pessoas precisavam de seus favores. O tempo foi passando e a situação chegou a tal ponto, que Exu ficou incomodado com as atitudes de Obi. Esù, que caminha entre o céu e a terra com muita facilidade, foi falar com Olodùmàré (o Deus Supremo), relatando tudo o que estava acontecendo na terra, especialmente o comportamento de Obi.
Olodùmàré ficou muito triste com o que Obi estava fazendo e tomou uma decisão, ir pessoalmente a casa de Obi, falar com ele, e ver quais seriam seus argumentos. O Deus Supremo, que nunca havia saído do céu anteriormente, seguiu em direção a casa de Obi, lá chegando, bateu na porta, e Obi foi atender, sem imaginar quem poderia estar do lado de fora, ao abrir a porta, tão grande foi seu susto, que caiu de costas no chão imobilizado, foi quando Olodùmàré disse a ele:
"Tanto foi o teu orgulho e vaidade que vim pessoalmente a sua casa para falar de minha tristeza, como reparação de seus erros, a partir de hoje nunca mais falará de pé, toda vez alguém precisar de teu trabalho é no chão que deverá te invocar, esse será o teu castigo para sempre".
E até hoje é assim que consultamos Obi, no chão. Sabemos toda lenda serve para nos transmitir uma mensagem filosófica.

Outro Ìtán:
"Olodùmàré chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.
Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Òrìsá e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.
É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
Quando Olodùmàré descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esù era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.
Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Após isso, Ele foi para fora, mantendo suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Aiye pegou-as e as levou para Olodùmàré, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
Foram então até Olodùmàré para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por quatorze dias.
Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
Ela esperou mais quatorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olodùmàré e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido crú sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olodùmàré também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodùmàré e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Òrìsá-Nlá.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada."

Em terra yorubás, é costume oferecer OBI a alguém em sinal de cortesia, de amizade, de cordialidade... Repartido, constitui um pacto de lealdade e de comunhão entre as partes.