terça-feira, 27 de agosto de 2019

Esu Tronqueira

Esu Tronqueira é o guardião do Ilê, passa por uma triagem às pessoas que entram no Ilê.
Por esse motivo, sua casa, seu assentamento, é colocado junto a entrada do Terreno do Ilê ou junto a porta de entrada pois é a primeira a ser saudada. Nunca podemos em hipótese alguma esquecer desse Esu,  pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer principalmente a ele.
Alguns espiritos desorientados não conseguem se aproximar do terreiro, pois Tronqueira é o responsável por liberar a passagem apenas dos espiritos que já estão prontos para serem socorridos. Sendo assim estão prontos para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada.
Os Esus riem, fazem brincam, falam besteiras, mas não brincam em serviço.
Os mediuns devem ter por eles o maior respeito e consideração, pois são eles os nossos guardiões e da Gira, responsabilizando se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas.
As pessoas que entram no terreiro, traem consigo seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões e são os Esus os trabalhadores encarregados de juntarem tudo isso e descarregar. Cada vitória nossa é para eses Esus trabalhadores um passo no caminho do desenvolvimento.




É um Esu serio, calado, só fala quando precisa, ele dança gingando e gosta de charuto, de conhaque e cachaça com jurubeba, gosta de ficar perto da porta do centro porque ele toma conta da porta durante a gira ou festa, ele é um Esu catiço.
Trabalha resolvendo problemas financeiros, problemas psíquicos, suprimindo duvidas, é sábio, isso se deve a ele ter ligação com Iroko e Ayra que são Orisás da inteligência e Osossi orixá da sabedoria e esperteza e Ossaiyn Orisa dos mistérios da magia, como se não bastasse carrega qualidades da linha de yemonja pois ele as vezes se parece como uma mãe para seus filho e para seu médium e se notar vai ver que mesmo sem paciência a educação é uma forte característica no tronqueira.
Não gosta de falsidade nem de fingimento e nem falta de respeito a ligação com Osun faz o Tronqueira um esu forte em trabalhos de níveis sentimentais e amorosos, mas pense 3 vezes e repense 3 vezes novamente antes de pedi-lo uma amarração, ele não é muito chegado a isso por causa da ligação dele com Sangô o senso de justiça, de razão, de certo ou errado e muito grande.
Ele é irmão de Esu 7 porteiras e trabalha com Tranca ruas e 7 encruzilhadas, pois são Esus dos caminhos, são eles responsáveis por abrir ou fechar os caminhos, essa qualidade que ligam essa linhagem de Esus aos orixás Bara L'Onan (Esu Orisa) e Ogun Meji (Ogum dos caminhos na áfrica)
Fundamento: Por ser muito ligado a iroloko (arvore sagrada e da vida) e a Ayra (orisa um dos caminhos de Sangô vindo da região de save) ele recebeu o nome de Tronqueira, o tronco que segura que da segurança, é normal ver assentamentos desse Esu encima de tronco de arvore com os fundamentos dentro de um alguidar que vai encima de um pilão feito de gameleira com 6 pedras envolta, isso porque esses elementos simbolizam o crescimento.

Ponto cantando:

”A lua brilhou
a mata inteira estremeceu
Foi seu tronqueira quem gritou:
Quem manda na mata sou eu!”

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Esu Veludo

Exu Veludo Viveu na Hungria . Um homem muito elegante exuberante e de muitas terras , trabalhou muito para ter tudo o que queria .
Gostava muito de andar na noite ir a bailes ,bares e cabarés de Luxo. Era um homem bonito , alto , muito cobiçado pelas mulheres e tinha varias amantes.
Gostava de usar sua capa de veludo para sair a noite , anéis, correntes e pulseiras de bom quilate.
Ele tinha um irmão mais novo que lhe adimirava muito.
Este lhe adimirava tanto que acabou dispertando uma certa cobiça pela furtuna e pelas terras do irmão.
Seu irmão mais novo se juntou com os saqueadores e ladrões da cidade que planejaram um roubo na casa do irmão mais velho (Exu Veludo) .
Na noite do roubo, seu veludo não estava em casa, estava chegando , tentou evitar o roubo mais era muitos ladrões e acabou se ferindo gravemente . Ele não suportou os ferimentos e morreu no local.
Seu Irmão mais novo arrependido pela morte do irmão mais velho por que não quisera um assassinato e sim apenas roubar as jóias da propriedade e as coisas de valor , tentou vingar a morte do Irmão e os ladrões o mataram também.
Desencarnados, os dois irmãos se encontraram no astral. O Irmão mais novo pediu perdão para o mais velho e os dois tiveram a graça divina de se tornarem esus para ajudar os médiuns na terra auxiliando,aconselhando ensinando os demais a serem melhores.



Seus Nomes São:
Irmão Mais Velho - Exu Veludo
Irmão Mais Novo - Exu Veludo Menino ou Pode ser chamado também de exu Veludinho que pro ser mais novo ser tornou um mirim.
Exu Velulo trabalha na linha da Encruzilhada regido pelos orixás Ogum, Oxóssi, Yansã e Xangô.
Presta serviços diretamente ao Exu Rei Das 7 Encruzilhadas fazendo parte de sua falange.
Quando incorpora em seus médiuns ele vem vestido com sua capa em Veludo Preto , aprecia um bom Whisk e bons Charutos.
Um exu muito sério e esquentado . Sai do sério facilmente seu nome é Veludo , não por que ele gostava de usar roupas de veludo e sim porque antigamente assim eram chamadas as pessoas de olhar , tom e fala serenas.
As suas oferendas são entregues na estrada , em encruzilhadas de terra próximas de um rio e sempre a noite. Ainda gosta , que do lado de suas oferendas coloque-se pedaços de tecido de veludo.

Itan de Osun


Oxum era a filha preferida de Orumilá.
A menina dos olhos de seu pai. Quando a menina nasce , seu pai lhe deu as águas doces e cachoeiras para governar. Lhe deu a benção sobre as mulheres, a fertilidade, o cuidado sobre o feto. Oxum cresceu bela, meiga e mimada. Tinha o coração doce, mas cheia de vontades.
Quando estava na idade de se casar, os pretendentes logo apareceram às portas de Orunmilá. O primeiro foi Oxóssi, o caçador. Ele trouxe lindas peles, animais e abundância. Orunmilá achou que a filha seria feliz com um homem que proveria a mesa e era um grande caçador. E Oxum foi entregue a Oxóssi, indo com o noivo para a sua floresta. Em pouco tempo Oxum estava triste e deprimida. Oxóssi era forte, belo, vigoroso. Mas vivia pelas matas, buscando mais e mais troféus para os seu salão de caça. Além disso, Oxóssi era de modos rudes e não oferecera sequer um pente e um espelho à noiva. Chorando, Oxum mandou recado ao pai que encerrou o noivado.
O segundo pretendente foi Ogum. O grande general, o senhor dos exércitos de Oxalá. Era também um grande ferreiro. Oromilá pensou que com melhor guerreiro, Oxum estaria sempre protegida. Assim, mandou a filha ir passar um tempo com o noivo. Ogum também era forte, jovem, belo. Mas só pensava em guerra, estratégias, seus exércitos e suas espadas; era grosseiro e ríspido com Oxum e reclamava de sua vaidade que considerava um desperdício de tempo. Oxum chorou mais uma vez e o pai a trouxe de volta.
Os pretendentes continuavam a chegar, mas Oxum recusava todos com medo de sofrer novamente.
" Um dia um homem pediu abrigo às portas de Orunmilá - era pobre, um andarilho. Orunmilá iria dispensá-lo, porém Oxum compadeceu-se do peregrino e pediu ao pai que o recebesse. O homem banhou-se e ganhou roupas limpas, comeu, bebeu, descansou. Em agradecimento, fez uma trova que dedicou a Oxum. Quando a princesa ouviu, ficou encantada e mandou chamar o andarilho. O homem lhe recitou mais versos, contou-lhe histórias, até penteava os cabelos de Oxum, enquanto lhe cantava trovas. Um dia, o peregrino precisou ir embora. Oxum chorou, implorou ao pai que impedisse a partida do homem, contudo Orunmilá não podia prendê-lo, sendo que nada de mal fizera."
Oxum chorou muitas noites, olhando a lua, sentindo falta do humilde trovador. Orunmilá, querendo ver a filha esposada, cansou-se do choro de Oxum e mandou reunir os melhores partidos para que a filha escolhesse um marido. Orunmilá deu uma grande festa, mas Oxum, amuada em seu canto, não comia nem sorria, não queria saber de ninguém.
Então, Orunmilá exigiu que a filha escolhesse seu marido logo, ou então, ele, seu pai, o faria. Oxum, tremendo, olhava por entre os homens e nenhum deles a agradava. Eram ricos, poderosos, alguns até belos e fortes, mas nenhum lhe falara ao seu coração.

Então ela viu, entre os convivas o andarilho trovador. Oxum correu até o homem, levou-o até ao pé do trono de Orunmilá e pediu que cantasse. O andarilho cantou, declamou lindos poemas, todas para Oxum. A princesa, em lágrimas, disse ao pai que ele era o marido que ela desejava. Orunmilá, os convidados e toda a corte riram, onde já se vira, a filha do rei casar com um mendigo! Oxum insistia, defendendo o peregrino contra o desdém dos demais. Então um grande trovão soou e o peregrino foi atingido por um raio. Para grande surpresa e espanto de todos, o mendigo transformou-se em Xangô, o senhor da Justiça, o maior juiz de Yorubá.

Orunmilá perguntou-lhe por que ele não se apresentara como realmente era, desde o início.
Xangô explicou que não queria apenas o corpo, nem o dote de Oxum, queria uma mulher que fosse justa como ele, por isso, disfarçou-se de andarilho, preferindo conquistar o coração da mulher pela arte e sensibilidade. Ele agora tinha certeza de que Oxum era a sua rainha verdadeira, pois ela o amava por suas qualidades e não por sua realeza ou dotes físicos. Orumilá abatido pela sabedoria de Xangô, deu-lhe a mão de sua filha. Xangô levou Oxum para o seu reino, em Oyó, onde ela foi coberta de carinhos dengos, sedas, doces e brinquedos. Xangô cumulou-a de bondade, amor e mimos É tornou a também a rainha do Ouro, da prosperidade
Oxum Nunca mais chorou de tristeza só de emoção
É aprendeu a cantar todas as trovas de Xangô a quem jamais deixou...