sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Olorogun - Lorogun

Representação dos Orisas para a Guerra

Lorogun, lórogún ou olorogum quer dizer “ritual de guerra”: Oro (ritual) + Ogun (guerra). É uma cerimônia que representa a ida dos Orisás para a guerra.
O lorogun marca o fim do ano litúrgico e com isso, a paralisação anual das atividades nos terreiros de Candomblé.
O lorogun é realizado no período da quaresma católica, logo depois do Carnaval, terminando no sábado de aleluia (primeiro sábado da lua cheia), onde começa o início do ano litúrgico (Ano Novo) para o povo do santo.
O lorogun traz para a sala dois grupos: o exército de Sangô, onde todos trajam vermelho e branco e carregam uma bandeira vermelha; e o exército de Osalá, com todos os membros vestidos de branco, portando uma bandeira branca.
Tudo começa com uma procissão dos 2 grupos percorrendo os quartos de Santo até o barracão, reproduzindo a viagem pelas cidades de cada Divindade.
Na sala, cada exército se coloca de um lado, sendo que os mais velhos portam cada qual seu estandarte. Todos os Orisás carregam isãns, ou atoris e suas folhas sagradas.
Com a autorização da Iyalorisa | Babalorixá, os dois grupos se aproximam e passam bater os atoris e as folhas em todos os presentes (inclusive Orisás com Orisás). Até que Osalá se manifeste trazendo sua calma e tranquilidade habituais ao ambiente.
Cante-se então para o grande Orisá encerrando o oro.
Em todo o período do lorogun (da quarta-feira de cinzas ao sábado de aleluia, todas as atividades dos terreiros eram suspensas, apenas mantido o amalá de Sangô às quartas-feiras).
A tradição determinava que a cada ano apenas um Orisá ficasse encarregado de cuidar da Comunidade neste período. A escolha era feita através do oráculo.
Durante o lorogun, era mantido um recipiente com a comida deste Orixá protetor.
A festa de reabertura dos trabalhos era a fogueira de Sangô.
O lorogun iniciou-se em razão da proibição dos escravos celebrarem seus cultos durante a semana santa.

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