quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Sango - Criador do Culto a Egungun


Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Sangô à frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais às de Egungun, vestiram-nas e tentaram assustar os homens que participavam do culto. Todos correram menos Sangô, que ficou e as enfrentou, desafiando os supostos espíritos.

As Iyámis (as terríveis ajés, feiticeiras) pelo seu grande valor no equilíbrio na manifestação da justiça, ficaram furiosas com Sangô. E juraram vingança. 

Em um certo momento em que Sangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente. Ela subiu em um pé de obí, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram e derrubaram a Adubaiyani, a filha que Sangô mais adorava. 

Sangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino, que, até então, era muito próspero.

Foi até Orunmilá, que lhe disse, então, que Iyami era quem havia matado sua filha. 

Sangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orisá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos. 

Assim Sangô fez, seguindo, à risca, os preceitos de Orunmilá.

Sangô conseguiu rever sua filha e tomou para si o controle absoluto dos mistérios de Egungum (ancestrais). Passou, então, a estar sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto. 

Caso essa regra seja desrespeitada, se provocará a ira de Olorun, Sangô, Iku e dos próprios Eguns. Este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Saúdo Meu Guardião Esu dos Ventos

 


 

Saúdo Esu. 

Laroye Esu dos ventos!!! 

Ele transitou comigo por todas as encruzilhadas pelas quais passei.

Ao meu lado, foi amigo e conselheiro.

À minha frente, escudo.

Às minhas costas, guarda.

Ouviu o que meus ouvidos não conseguiram ouvir...

Respondeu o que minha boca não poderia responder.

Com força hercúlea, quando eu mereci, livrou-me dos olhos que abrigam os pássaros da noite;

Livrou-me do veneno das línguas, do julgamento de quem carrega tantos erros quanto eu.

Acordou-me de pesadelos...

Guiou-me pelo caminho do trabalho e da conquista.

(Não me pediu marafo, não me pediu vela, não exigiu fumo, para também ser amigo de meus amigos.)

Transformou o erro em acerto.

O acerto em erro

Abateu com uma pedra o desatino de um destino que não me pertencia.

Foi minha companhia nos momentos de solidão (eu nunca chorei sozinha!).

Rápido e certeiro,

Chamou por Osossi quando me faltou o alimento;

Mostrou a Sangô quando fui injustamente julgada;

Chamou por Oyá quando me viu beirando o abismo;

Avisou a Osun que meu coração transformava-se em pedra;

Pediu a Yemanjá que lavasse minha alma

E equilibrasse meu Ori.

E a Ogun o auxílio para todas as guerras enfrentadas.

Rogou a Ossãe ervas que me curassem...

(Pegou-me pela mão e me conduziu até Orumilá e a palavra de Orumilá nunca vai ao chão!)

Quando batem na minha cara, quem dá a outra face é Esu!

Saúdo a Energia Ígnea que transita em todos os espaços!

Água na rua para esfriar os caminhos a serem percorridos.

Passos firmes... Cabeça erguida,

Sigo. Segui. Seguirei!


Quando tropeço, uma gargalhada ecoa no ar:

É Esu que vem chegando, fazendo questão de mostrar que o mundo dá muitas voltas para Tempo governar.


Laroyê! Mojubá, Esu!

Ajibala Ajibala Ajibala

Adacoro Adacoro Adacoro

Odara Odara Odara. . . . 


#esu #exu #candomble #esudosventos #ileaseiyalokun #fé #laroye

#guardiao #mojuba #protetor

O Uso da Vela no Candomblé (Inã)

 



Para nós que somos do Candomblé  o uso da vela é importante em quase todas ocasiões. No terreiro é necessário acender do portão e em todos os lugares que foram plantados os Asés no terreiro, casa de Esú, nos pés dos assentamentos dos Orisas. 
No Candomblé não usamos velas coloridas como na Umbanda, somente usamos a vela de cor branca, ela pode ser acesa para qualquer uso, Esús, Pombo Giras, todos os Orisas, feituras, trabalhos de qualquer tipo, ebós e outros.

A importância de utilizar a vela branca é fundamental, a chama seria umas das principais forças, ela que vai iluminar a própria energia do ser espiritual. Podemos dizer que toda essa força que nós ligam com o nosso mundo e a espiritualidade, eles necessitam e depende muito da luz que oferecemos a eles, um contato entre nós seres humanos e os Orisas, funcionam como um telefone, que precisa se estabelecer um contato com o plano espiritual, é por meio daquela luz que mantemos uma certa ligação. 

A luz é uma forma de mostrar o caminho a onde eles vão estar presentes para se manifestar, as próprias entidades ou até mesmo para nossos Orisas que precisão de luz para serem guiados e fortalecidos. A vela branca pode ser usada em qualquer momento sendo de dia ou a noite, mas não podemos de forma alguma deixar os Orisas, Esus no escuro, sempre manter acesa para trazer boas influências e ter caminhos com prosperidade...